Curitiba já estruturou a cooperativa de coletores
PUBLICAÇÃO
sábado, 01 de abril de 2000
Curitiba já estruturou a
cooperativa de coletores
Albari RosaEntidade quer dar fim aos intermediários que exploram carrinheiros
Julio Cesar Lima
De Curitiba
O cooperativismo começa a criar espaço entre os carrinheiros de Curitiba. Criada em setembro de 98 com o apoio da prefeitura, a Cooperativa dos Coletores de Material Reciclável (Recoopere) atende 272 cooperados. Com a iniciativa pretende-se inibir a ação de intermediários na compra e venda do lixo. No ano passado a Recoopere movimentou R$ 300 mil, dos quais R$ 191 mil foram resultado da venda de material reciclável.
Segundo Joaquim Moura, diretor do Instituto Pró-Cidadania de Curitiba, muitos trabalhadores conseguiram sua independência através desse modelo. Algumas pessoas chegavam a entregar até a metade do que ganhavam, para os donos de carrinhos. Quando temos condições, fazemos um rateio com os associados. Moura se refere à divisão de R$ 5,5 mil entre 132 associados, que aconteceu na última semana.
O coletor Joaquim Serafim da Silva tem uma renda mensal de R$ 220,00, quase o dobro do que ganhava quando vendia o material para o depósito. Na cooperativa não tem o atravessador, que dá um preço mais baixo para o nosso material, comemora.
Para estender o atendimento aos outros coletores, serão implantadas unidades em mais regiões de Curitiba. A Recoopere atende na Vila Parolin, mas a Vila das Torres, onde há grande concentração de carrinheiros, receberá um novo galpão. No Cajuru, existe uma nova unidade em funcionamento.
Além de pagar o melhor preço, os carrinheiros recebem orientações sobre o cooperativismo, separação do lixo e cuidados com as crianças durante a coleta. Muitas crianças, filhas dos coletores, são encaminhadas para creches ou escolas da rede pública.