Cafelândia Primeira cooperativa do Oeste e a pioneira em produção e processamento de frango do Paraná, a Cooperativa Agrícola Consolata (Copacol), em Cafelândia, tem cerca de 700 produtores integrados na avicultura. O setor responde por 55% do faturamento da empresa, que deve chegar a R$ 500 milhões neste ano, 22% a mais que a receita bruta de 2002. A carne é o principal item da empresa, com produção de 8,5 mil toneladas por mês, das quais 25% são exportadas para a Europa, Japão e Ásia.
O presidente da Copacol, Valter Pitol, informa que atualmente são produzidos mais de 150 produtos diferentes de frango. Com 4.294 associados e 3,45 mil funcionários, a cooperativa é a principal consumidora de grãos que recebe. O executivo diz que a empresa deve receber, neste ano, 500 mil toneladas de grãos produzidos em 85 mil hectares espalhados em sete municípios de sua área de ação.
A soja, que deve contribuir com 210 mil toneladas com produtividade média de 3,6 toneladas por hectare; o milho, 200 mil toneladas 8,76 toneladas por hectare , e o trigo, com 70 mil toneladas 2,52 toneladas por hectare , são as principais culturas. Pitol lembra que 50% da soja e todo o milho recebidos são consumidos pela própria cooperativa. A empresa ainda produz 450 mil litros de leite e engorda três mil cabeças de suínos por mês, que são processados pela Cooperativa Central Agropecuária Sudoeste (Sudcoop), de Medianeira.
De acordo com Pitol, 70% dos associados da Copacol têm propriedades de até 20 hectares. Um fator positivo, para ele, porque o pequeno agricultor fica mais ligado à cooperativa. Além de ser mais seguro para a instituição, que pode atender melhor às necessidades do produtor, desde a difusão de tecnologia, fornecimento de insumos, armazenagem e comercialização dos produtos. Há ainda ''a garantia de receber a produção agrícola dos nossos associados''. Ele afirma, porém, que a venda da safra só é feita mediante a autorização do cooperado. ''O nosso propósito é transferir o máximo de ganho ao associado, durante a safra. É por isso que as nossas sobras (lucros) normalmente são pequenas'', acrescenta.
O presidente da Copacol lembra que, quando a saca da soja estava valendo entre R$ 21,00 e R$ 22,00, a empresa destinou R$ 10 milhões, em recursos próprios, para Empréstimo do Governo Federal (EGF), modalidade de crédito para estocagem da mercadoria, a juros de 8,75% ao ano. Dois meses depois, quando o preço da saca chegou a R$ 40,00, o agricultor vendeu a produção, obtendo um bom lucro. E o contrato de opção do milho garantiu ao produtor valor 20% superior ao praticado pelo mercado. ''A transformação do milho e da soja em ração é que dá suporte à manutenção dos bons preços, melhorando o ganho do nosso associado'', afirma.
Pitol reafirma que, com a política de agregar valor à matéria-prima e de comercializar a produção primária nos melhores momentos de mercado, além da estratégia de integrar duas ou mais atividades nas propriedades, tem garantido a consistência econômica e financeira da cooperativa e, principalmente, a melhoria de renda do associado. ''Sem dúvida é a alternativa correta, porque a diversificação soma renda na propriedade'', conclui.