Assistências técnicas na era do descartável
PUBLICAÇÃO
sábado, 25 de maio de 2013
Proprietário de uma assistência técnica de eletroeletrônicos há 37 anos, Arcângelo Gelinskas persiste no ramo que muitos já desistiram. Se consertar um aparelho quebrado era uma medida comum há cerca de dez anos, hoje os clientes preferem se desfazer de uma televisão seminova do que tentar o conserto. Estamos na era do descartável. Não é raro o valor do conserto de um aparelho ficar quase o preço de um novo. Diante disso, as pessoas acham que não compensa financeiramente e adquirem um novo produto.
Esse comportamento acabou refletindo diretamente nos negócios e Gelinskas, que já chegou a ter sete funcionários em sua loja, atualmente trabalha sozinho. O volume de trabalho diminuiu, mas continuo firme atendendo clientes que não se desfazem tão facilmente dos produtos, conta. Os aparelhos que não são consertados são doados a um autônomo, que recolhe todo tipo de material eletroeletrônico em sua residência.
O mesmo não conseguiu fazer a família proprietária da tradicional assistência JTK. Desde 1987 atuando no ramo, a loja que já teve onze funcionários acaba de fechar as portas. Segundo Ronaldo Almeida, que estava à frente do negócio, as contas vinham no vermelho há anos. Além disso, a dificuldade de encontrar técnicos é imensa; não há mais interesse neste ramo, a não ser quem trabalha particular, afirma, comentando que era comum dezenas de produtos serem abandonados em sua loja por conta do valor do serviço a ser executado. (M.T.)