Prestes a se aposentar, o comerciante Valmir Mazzer se recorda de utilizar charretes no tempo de criança. "Moleque gosta de tudo. Carrinho de rolimã era aventura. E quando passava em cima de galho era uma aventura maior ainda. Se passasse em cima de uma tora de madeira era uma diversão", conta.

Mazzer relata que o pai de dois amigos dele trabalhava com charrete. Os amigos dele eram jogadores. "Era o Iristeu e o Tatá. Eu me lembro que um deles foi jogador do Londrina e que depois jogou na Portuguesa de São Paulo. Foi o meu pai que o promoveu para o profissional", diz.

O pai deles, cujo nome Mazzer não lembra, tinha um ponto onde é a praça Rocha Pombo, na frente do Museu Histórico Padre Carlos Weiss, que na época era a estação ferroviária. "Como tinha amizade com esse jogador, eu me recordo que eu pulava entre os vagões de trem para poder pegar essa charrete para ir embora para casa. Coisa de moleque encapetado, mas foi muito bom. Se a gente não fizesse isso tinha que dar uma volta muito grande. A gente pegava a antiga rua Marechal Deodoro, que hoje se chama Duque de Caxias e ia até a rua Rio Grande do Norte, onde moro até hoje."

"Londrina não tinha tanta construção e nesse trajeto a gente via muitos pés de café ", destaca. Tinha um ponto de carroceiro onde está o PAI (Pronto Atendimento Infantil)", relembra. Posteriormente, como comerciante, ele se recorda que comercializava pias e tanques e utilizava carroças para fazer as entregas, que eram contratadas no ponto na rua Benjamin Constant. "Foi um tempo bom. As ruas eram todas de terra. Só algumas eram de paralelepípedo."