A votação do projeto da Copel abriu brechas na base governista, antes consolidada com 30 votos. Tradicionais aliados do Palácio Iguaçu, como a deputada Serafina Carrilho (PL) e Chico Noroeste (PFL) mudaram de lado e votaram ao lado dos oposicionistas. Ambos negam, entretanto, a inclusão de seus nomes na bancada contrária aos interesses do Palácio Iguaçu e garantem que vão agir com independência.
Já os parlamentares que não obedeceram às diretrizes de suas legendas devem enfrentar processo de expulsão. É o caso dos deputados do PSB, Moysés Leônidas, Ricardo Maia e Hidekazu Takayama, que não obedeceram o partido e votaram favoravelmente à privatização da estatal de energia. Os três se posicionaram contrários à determinação da legenda, dirigida pelo ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes e que tem como uma das maiores estrelas o governador do Rio, Anthony Garotinho.
O mesmo risco corre o único representante do PSC na Assembléia, Miltinho Puppio. O partido, presidido pelo ex-secretário estadual de Fazenda Giovani Gionédis, luta contra a privatização da Copel e anunciou a expulsão de Puppio. O parlamentar se adiantou à decisão e pediu seu afastamento da sigla.
O deputado Luiz Fernandes Litro (PSDB), protagonista das cenas mais insólitas durante as sessões de votação da Copel, também deve ser expulso. De nada adiantaram os apelos do senador tucano Alvaro Dias, que veio especialmente a Curitiba para convencer Litro a votar com a oposição. Depois da conversa com Alvaro, o deputado passou mal, teve uma crise de hipertensão, saiu da Assembléia numa ambulância e foi hospitalizado. Só saiu do hospital para garantir o voto decisivo a favor do governo. (R.H.)