Imagem ilustrativa da imagem "Volto para essa Casa sem qualquer revanchismo", disse Rony em retorno a Câmara
| Foto: Marcos Zanutto

Após um ano e oito meses afastado da Câmara Municipal de Londrina pela Operação ZR3, o vereador Rony Alves (PTB) retomou a cadeira, sem presença de assessores e advogados, na sessão dessa quinta-feira (3). O retorno é consequência da decisão do juiz Délcio Miranda da Rocha, da 2ª Vara Criminal de Londrina, que negou novo pedido de prorrogação da medida cautelar que o impedia também de frequentar prédios públicos. Alves é réu em ação penal por corrupção passiva e organização criminosa por supostamente liderar um esquema de cobrança de propina para alterar lei de zoneamento urbano, segundo o MP (Ministério Público).

Em sua primeira coletiva de imprensa após o retorno, Alves voltou a negar recebimento de vantagem, o mesmo que fez diante do interrogatório na Justiça no dia 21 de agosto. "Hoje foi feita Justiça ao retornar a essa Casa", disse.

O petebista, que está no seu terceiro mandato, informou que não vê constrangimento com os parlamentares que votaram em favor da cassação do mandato dele em setembro de 2018. "Não tem constrangimento algum. Eles tiveram aquele entendimento naquele dia. A realidade prevaleceu, a Justiça prevaleceu. Tenho convicção plena que quem ler novamente o processo terá convicção que nós nunca tivemos qualquer tipo de envolvimento".

Alves e Mario Takahashi (PV) enfrentaram uma Comissão Processante por quebra de decoro parlamentar pelos fatos apurados pela ZR3. À época foram 12 votos pela cassação, três contra, três abstenções e uma ausência. Por um voto, ambos acabaram absolvidos. "Volto para essa Casa sem qualquer revanchismo", completou.

Questionado sobre como será a sua postura em próximos projetos de lei que visem mudança de zoneamento e alteração do Plano Diretor, Alves informou que irá participar normalmente de todas as discussões. "Ao menos que haja determinação da Justiça, para que eu não vote esse tipo de projeto, mas eu preciso reiterar que apesar de eu ter sido afastado pela ZR3, nós nunca tivemos envolvimento com propina ou pedido de dinheiro."

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| Foto: Marcos Zanutto

DISPUTA POR SUPLÊNCIA

Douglas Pereira, o Tio Douglas (PTB), que é o primeiro suplente da coligação eleita em 2016, deixou o cargo nesta quarta-feira (2) após ser notificado. Ele ocupava a vaga desde janeiro de 2018, quando Alves fora afastado. Procurado pela FOLHA, o ex-vereador disse que sua defesa já protocolou uma ação para retomar o mandato. Tio Douglas entende que por ser o primeiro suplente da coligação PTB-PP quem deveria deixar o posto seria o segundo suplente, Jamil Janene (PP). "É o nosso direito como primeiro suplente da chapa."

Antes notificá-lo sobre o fim da cautelar de Alves, a procuradoria jurídica da Casa argumentou que a lei orgânica do município embasou o parecer para a saída dele e não de Janene. "A lei eleitoral sobrepõe a lei orgânica", argumentou. Em janeiro de 2017, uma manobra política do prefeito Marcelo Belinati (PP) colocou o vereador eleito Fernando Madureira na presidência da FEL (Fundação de Esportes), e Tio Douglas, primeiro suplente, na superintendência da Acesf (Administração de Cemitérios de Londrina), liberando a segunda vaga para Janene.