Os candidatos a vice-prefeito de Londrina apostam na amizade com os cabeças de chapa para realizar um bom governo e garantem que vão manter a sintonia com o chefe do Executivo caso assumam a administração municipal a partir de janeiro. Em entrevista à FOLHA, eles relataram que chegaram à política com o apoio dos companheiros de disputa, por meio de relacionamentos construídos além das ideologias partidárias.
Apenas o engenheiro Junker Grassiotto (PSDB) reconheceu que a aproximação com Marcelo Belinati (PP) é resultado da aliança costurada através da acomodação política na coligação. ''Na verdade eu conheci o Marcelo no dia da convenção, quando o meu nome foi confirmado como vice'', disse Grassioto. Apesar do pouco tempo de convivência, ele ressaltou a ''cordialidade e o bom diálogo'' que existe entre os dois. ''Estou feliz com a nossa amizade'', diz Junker, responsável pelo plano de governo. Ele negou que a parceria seja somente para busca de votos. ''A minha expectativa é ajudar no campo administrativo.''
Disputando como candidato a vice pela segunda vez, o ex-vereador Professor Bordin lembrou que está no PDT desde 2006, a convite de Barbosa Neto (PDT). Quanto ao desentendimento entre Barbosa e Ribeiro, Bordin negou que seja motivo de preocupação. ''Acredito que não vai acontecer comigo. Naquele momento houve um choque de ideias, o que acho bom, pois eu também posso discordar do prefeito, mas sei até onde posso chegar, afinal ele é que foi eleito pelo povo.'' Bordin assumiu a candidatura no lugar de Clóvis Coelho (PTC), que desistiu da campanha.
Militante político pela influência do pai, o médico Thiago Turini (PPS), vice de Márcia Lopes (PT) afirmou que a aproximação familiar favoreceu a coligação política unindo partidos que estão em lados opostos no cenário nacional. ''Minha família conhece a família da Márcia há muito tempo. Meu pai e ela são docentes na universidade, foram vereadores juntos.'' Dr. Turini disse que o nome dele foi escolhido pela petista de uma lista de quatro nomes do PPS apresentados. ''Existe respeito mútuo e essa história de briga entre prefeito e vice não vai acontecer conosco.''
Iniciante na política, o engenheiro Guto Bellusci (PSD), vice de Alexandre Kireeff (PSD), fala com orgulho da amizade entre os dois, que vem desde a infância. ''Eu e o Alexandre nos conhecemos na escola, estudamos juntos, participamos de competições esportivas juntos.'' Ele explicou que a entrada no partido, onde é secretário, se deu pela relação de confiança com o candidato a prefeito. ''Quando ele me disse que estava assumindo a legenda em Londrina e me convidou, aceitei para ajudá-lo, temos confiança um no outro'', disse Guto.
Outro iniciante na política, o médico Antonio Caetano de Paula (PMDB), vice de Luiz Eduardo Cheida (PMDB), confessou que há um ano nem cogitava estar na disputa. ''O Cheida me convidou para integrar o partido e me filiei nos últimos dias do prazo estabelecido, mas nem pensava em concorrer.'' Por serem médicos, Dr. Caetano disse que o primeiro contato com Cheida ocorreu antes mesmo da política. ''Meu filho também trabalha como assessor de gabinete dele em Curitiba há bastante tempo.'' O vice considera que ao estarem no mesmo partido, ''a possibilidade de atritos é menor''.
O professor Carlos Ocawati (PCB), vice de Valmor Venturini (PSOL), disse que além da identificação ideológica, os dois mantêm relação de amizade ''que vem das participações nos movimentos populares''. Ocawati afirmou que as propostas da coligação foram discutidas pelos partidos e a participação de cada um no governo está bem definida. ''Eu e o Valmor somos grandes amigos e quanto à atuação na administração, eu, como educador, terei uma função específica na educação e também na área cultural.''