Vânia Moreira
De Umuarama
A CPI criada no final do ano passado pela Câmara de Umuarama para apurar o tráfico de drogas no município está parada. Muitos vereadores se recusam a participar da comissão e alguns chegam a admitir que têm medo de ‘‘mexer no vespeiro’’, principalmente por causa do envolvimento da polícia. Esta semana, o vereador Osni Miguel Santana (PT), nomeado relator da CPI, cobrou a instalação dos trabalhos. ‘‘A comissão foi criada em meados de dezembro e até agora não fez nenhuma reunião. Sequer conseguiu definir quem presidirá os trabalhos’’, reclamou.
Santana diz ter ouvido do próprio presidente da casa, Arnaldo Rodrigues da Silva (PPS) que não queria se envolver na CPI porque tinha medo da Polícia. O presidente alega ter sido mal-interpretado pelo vereador. Santana não quis presidir a CPI, temendo que os vereadores de situação provocassem o esvaziamento da comissão para prejudicá-lo politicamente.
Foi indicado o nome do vereador Celso Possobom (PMBD) para presidir a CPI, mas ele não confirmou se aceitava e estava viajando na primeira reunião da comissão, dia 18 de dezembro. Possobom alega que a Câmara havia entrado em recesso, ele estava viajando e nem sabia que seu nome havia sido indicado para presidir a CPI.
O vereador admitiu que teme participar de investigações dessa natureza. ‘‘Até as Câmaras de Londrina e Cascavel, cidades maiores, tentaram criar comissões e acabaram desistindo’’. Mesmo assim, o vereador diz que aceita participar da comissão e presidir os trabalhos.