Vereadores divergem sobre casos de violência em Londrina
Santão (PL) e Lenir de Assis (PT) comentaram os protestos realizados após mortes de jovens na cidade
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terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Santão (PL) e Lenir de Assis (PT) comentaram os protestos realizados após mortes de jovens na cidade
Matheus Camargo

As manifestações realizadas em Londrina na última segunda-feira (17) contra as mortes de Wender Natan da Costa, de 20 anos, e de um menor de idade de 16 anos, baleados no sábado (15) por policiais militares, chegaram à CML (Câmara Municipal de Londrina) e foram tema de discursos dos vereadores Santão (PL) e Lenir de Assis (PT), ambos representando a Comissão de Direitos Humanos, e que divergiram sobre o assunto.
Na Sessão Ordinária desta terça-feira (18), ambos comentaram os desdobramentos dos protestos, que tomaram a cidade e culminaram em ônibus queimados e vias fechadas em todas as regiões.
“Você barrar um ônibus não é protesto, não é manifestação. Essas pessoas que pedem paz estão corretas, também queremos paz para a cidade de Londrina, mas o prejuízo veio em cima de pessoas trabalhadoras que estavam retornando aos seus lares e não puderam retornar porque não tinham ônibus para usar. Peço coragem à classe política para se manifestar nesse sentido”, disse o vereador, que seguiu. “Aceitamos manifestações democráticas, mas se as pessoas querem paz, também precisam promover paz”, concluiu Santão sobre os protestos da última segunda-feira.
Lenir, por sua vez, prestou apoio às famílias e defendeu que as mortes dos dois jovens sejam investigadas. Ela ainda pediu outras formas de abordagem a possíveis suspeitos.
“Toda a força de segurança do Paraná está em Londrina hoje para conter novos movimentos sobre o episódio que começou no último sábado. Preciso falar sobre o outro lado de tudo isso, que são as famílias, as comunidades periféricas, a juventude pobre, especialmente a juventude preta das periferias. Queria dizer que essas pessoas têm nossa solidariedade. E não é somente solidariedade, é preciso indignação para reverter esse quadro. A polícia, a segurança pública, são importantes para a prevenção da violência. Mas hoje estamos, na cidade, debatendo casos de violência, pessoas jovens assassinadas, mortas em confrontos ou não, por serem suspeitas”, destacou a vereadora.
“Todas as pessoas podem ser colocadas em algum momento sob suspeita. Acompanhamos o trabalho da polícia, muitas vezes precisamos dela, mas não há outra forma de abordagem a um menino, um jovem, sem ser atirar e matar? Não estou promovendo debate, mas faço esse apelo às forças policiais, que trabalhem no sentido de exercer sua razão de ser, que é proteger a população da violência. Os casos (das duas mortes) têm que ser investigados”, concluiu Lenir.
ALAGAMENTOS
Os vereadores aprovaram na sessão desta quinta-feira a criação da Comissão Especial de Alagamentos. Proposta pelo vereador Roberto Fú (PL), por meio do requerimento nº 55/2025, o objetivo é investigar os problemas e buscar soluções para os alagamentos registrados em Londrina.
Conforme Roberto Fú, há diversos pontos na cidade que se alagam durante temporais, alguns deles, atingindo casas. O vereador apresentou vídeos, por exemplo, de uma residência no Jardim Santa Joana, na zona sul. “O morador foi obrigado a arrebentar a parede da casa, o muro, e toda aquela água caiu em cima da casa, alagando e destruindo móveis. Precisamos encontrar uma saída e uma solução urgentemente”, disse.
Por ser temporária, a comissão especial terá prazo de 180 dias, prorrogáveis por mais 90, se necessário, para conclusão dos trabalhos. Além de Roberto Fú, garantido no grupo por ser o proponente, a comissão terá outros dois vereadores que serão indicados pelo Colégio de Líderes, nas próximas sessões.
As comissões especiais são constituídas por deliberação do Plenário, aprovadas pela maioria absoluta dos vereadores (10 votos), a requerimento escrito de qualquer parlamentar. (Com a assessoria da CML)

