Cinco meses após eleições com apuração totalizada 100% pela urna eletrônica, a Câmara Municipal de Londrina mostrou que a nova legislatura defende a volta do voto impresso. Por 10 votos a 9, os vereadores aprovaram na sessão remota desta quinta-feira (15) requerimento a uma Moção de Apoio à Proposta de Emenda Constitucional 135/2019, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL), dispondo que, na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria. A PEC acrescenta o parágrafo 12 ao artigo 14 da Constituição Federal.

Imagem ilustrativa da imagem Vereadores de Londrina defendem PEC pelo voto impresso
| Foto: CML/Devanir Parra

Segundo o vereador autor do manifesto de apoio, Giovani Mattos (PSC),.a proposta preza pela justiça e transparência no processo eleitoral, que atualmente não possui outras fontes de auditoria. "Precisamos de uma outra fonte de apuração auditada." defendeu.

Votaram a favor do apoio da PEC do voto impresso os vereadores Chavão (Patri), Daniele Ziober (PP), Giovani Mattos (PSC), Jessicão (PP), Deivid Wisley (Pros), Jairo Tamura (PL), Fernando Madureira (PTB), Ailton Nantes (PP), Roberto Fu (PDT) e Santão (PSC).

Foram contra a representação de apoio à PEC Beto Cambará (PODE), Eduardo Tominaga (DEM), Emanoel Gomes (Republicanos), Lenir de Assis (PT), Lu Oliveira (PL), Flavia Cabral (PTB), Mara Boca Aberta, Matheus Thum (PP) e Sonia Fernandes (PSB).

A vereadora de Lenir de Assis (PT) foi contra o requerimento e considera que não há uma evidência de fraude no processo eleitoral atual. "A tecnologia está aí à serviço da democracia e tenho os órgãos e os tribunais regionais eleitorais que fazem um trabalho importante." A vereadora Flavia Cabral (PTB) informou que existem formas de auditoria, sem a necessidade de voltar a se discutir o voto impresso. "Podemos investir esses milhões em tecnologia contra hackers, sou contra fraudes, mas não me parece coerente retroceder"

Para o vereador Santão (PSC), se não há aferição por papel não é possível atestar que apuração é correto. "Eu desconfio muito do processo eleitoral, apesar de ter sido eleito."

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, respondeu inúmeras vezes durante as eleições de 2020 que retornar ao voto impresso "seria um retrocesso". "Retornar ao voto impresso é um retrocesso, é como comprar um videocassete", argumentou Barroso em uma das entrevistas veiculadas no ano passado.

TRANSPORTE COLETIVO

Protocolado na última segunda feira (12) em tramitação em regime de urgência, o projeto de lei que obriga as empresas concessionárias do transporte coletivo público de Londrina a efetuarem de forma prioritária o pagamento dos funcionários foi retirado de pauta nesta quinta-feira (15) por cinco sessões, a pedido dos autores. A proposta determina que a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) ficará responsável pela fiscalização e, em caso de descumprimento, as empresas de ônibus poderão responder a processo administrativo e receber multa entre R$ 10 mil e R$ 500 mil, dependendo do período de atraso na quitação dos salários.

O projeto foi protocolado após motoristas das empresas que prestam o serviço em Londrina entrarem em greve, na sexta-feira passada, por não receberem os salários. Após cinco dias de paralisação e negociações com as concessionárias, os trabalhadores voltaram ao trabalho na manhã de quarta-feira (14).