A Câmara de Altônia (88 quilômetros a sudoeste de Umuarama) cassou ontem o prefeito Durval Emídio dos Santos (PFL). O prefeito e vários secretários são acusados de desviar dinheiro da prefeitura para suas contas particulares. Dezenas de irregularidades estão sendo investigadas pela Câmara e pelo Ministério Público. Santos estava afastado do cargo desde o início de março, Nem ele, nem seu advogado José Hilton Gonçalves compareceram à Câmara. Quase mil moradores acompanharam a sesssão do lado de fora e comemoraram o resultado.
As denúncias envolvem o desvio de R$ 165 mil. O prefeito em exercício, José Oriovaldo Canalli (PSDB) fez uma devassa nas contas municipais e acredita que o desvio pode chegar a R$ 3 milhões. A segunda via de uma nota fiscal de compra de remédios no valor de R$ 9,9 mil foi adulterada pela R$ 109,5 mil. O cheque foi descontado no banco pelo chefe de gabinete Jair Peron. Outro cheque da prefeitura no valor de R$ 33 mil foi sacado e o dinheiro depositados nas contas de Jair (R$ 10 mil), da mulher dele Ivone Peron (R$ 10 mil) e do prefeito (R$ 13 mil).
Outro cheque da prefeitura no valor de R$ 18 mil foi depositado diretamente na conta de Santos. Vários pagamentos que variam de R$ 1,8 mil a R$ 8 mil são supeitos de terem sido forjados e o dinheiro desviado pelo prefeito e pelos secretários. As notas fiscais teriam sido forjadas.
Segundo o prefeito em exercício, na auditoria foram encontrados dezenas de cheques emitidos pela prefeitura e depositados em contas correntes particulares do prefeito, secretários e outros diretores e funcionários.
Ainda de acordo com o prefeito em exercício, o balanço financeiro do ano passado aponta um ‘‘rombo’’ de R$ 250 mil no caixa da prefeitura. Não há comprovação de onde o dinheiro foi aplicado.
A Folha procurou ontem o prefeito Durval dos Santos, mas ele não foi localizado.