Imagem ilustrativa da imagem Vereadores aprovam projeto que tenta revogar lockdown
| Foto: CML/reprodução

Mesmo com parecer jurídico considerando a matéria inconstitucional e sem efeito, a Câmara Municipal de Londrina aprovou por 16 votos favoráveis e dois contrários o projeto de decreto legislativo que tem como objetivo sustar o efeito do Decreto nº 6.983, do governo do Paraná, publicado na última sexta-feira (26) com efeitos em todos os municípios do Estado, incluindo Londrina. A matéria foi protocolada na segunda-feira (1) e colocada em votação em regime de urgência na sessão desta terça (2). Na prática, o projeto quer revogar o lockdown imposto por Ratinho Junior (PSD) e seguido pelo prefeito Marcelo Belinati (PP), que determina medidas restritivas de caráter obrigatório, visando enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia da Covid-19.

O projeto de autoria da vereadora Jessica Ramos, a Jessicão (PP), foi aprovado para tramitação de urgência em plenário e seguiu para parecer da legalidade pelo departamento jurídico. O advogado da Câmara, Rafael Carvalho Santos, concluiu que a matéria é inconstitucional por ferir o princípio federativo. Isso porque o decreto é estadual, ou seja, "o Município unicamente tem competência para legislar sobre assuntos locais." Ele afirmou que ainda que aprovada a medida será ineficaz, pois não terá qualquer efeito sobre os poderes. "Em outras palavras, ainda que passe a viger, não haverá instrumento jurídico, seja ela judicial ou legislativo, que possa impor as disposições do decreto legislativo ao Governador".

O relator do projeto na Comissão de Justiça, vereador Matheus Thum (PP), deu parecer contrário e foi seguido pelo vereador Eduardo Tominaga (DEM), mas ambos foram votos vencidos, já que os demais membros do colegiado votaram contra o entendimento sobre a legalidade do projeto: além de Jessicão, os vereadores David Wisley (Pros) e Mara Boca Aberta (Pros) permitiram que o texto avançasse para as demais comissões. O projeto segue para votação em segunda discussão na próxima quinta-feira (4).