“Eu quero que o povo vai tomar no c*”. Dessa forma o vereador Antonio Brandão (PDT), de Jataizinho, na RML (Região Metropolitana de Londrina), divulgou um áudio em um aplicativo de mensagens sobre a repercussão do caso em que, na última semana, diretamente de Balneário Camboriú, ele e Bruno Barbosa (Cidadania) votaram pelo elevação de seus salários conforme a inflação.

A mensagem vazada expõe outros xingamentos de Brandão contra a população local. “Quando eu levanto cedo na porta da minha casa tem 10, 12 pedindo as coisas [...] Quem dá remédio sou eu. Eu quero que se f*** [...] E a partir de segunda-feira eu não ajudo mais ninguém também. Vai todo mundo tomar no c*”, disparou o parlamentar. Em 2020, ele obteve 203 votos dos eleitores de Jatazinho.

As atitudes do vereador causaram reação de seu próprio partido. Em nota divulgada nesta quarta-feira (25), o PDT do Paraná declarou que “aplicou suspensão imediata e abriu processo disciplinar, com pedido de expulsão, contra [...] Antônio Brandão [...] O partido encaminhará o processo pela Comissão de Ética Estadual.”

Procurado pela FOLHA, Brandão não se manifestou até o fechamento dessa edição. Em entrevista na última sexta-feira (20), ele havia afirmado não ver ilegalidade ou imoralidade envolvendo sua participação remota na sessão extraordinária. “Quando a reunião foi marcada, eu já estava em Camboriú. Nós recebemos a pauta às 16h da segunda-feira, a reunião era às 18h”, disse.

Já o vereador Bruno Barbosa recebeu uma notificação do conselho de ética estadual do Cidadania, segundo comunicado da sigla. De acordo com a legenda, o parlamentar foi “repreendido por sua atitude, que de maneira alguma condiz com os princípios do Cidadania”. Também na sexta-feira, Barbosa alegou não ter tido tempo para se deslocar a outro lugar para poder dar seu voto.

MP investiga conduta

O caso motivou o Ministério Público do Paraná (MP-PR) a abrir um inquérito civil na sexta-feira (20) para apurar a conduta dos parlamentares. O procedimento está sob a responsabilidade do promotor Bruno Vagaes, de Ibiporã. A FOLHA buscou uma entrevista com ele nesta quarta-feira (25), mas sua assessoria informou que Vagaes não tem dado declarações à imprensa sobre o tema.

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