Uma tentativa de suborno foi denunciada pelo vereador Claudinei Pereira dos Santos, o Santão (PSC), nesta semana. O parlamentar expôs em suas redes sociais um e-mail recebido no seu endereço oficial da Câmara Municipal de Londrina no qual um cidadão pede apoio do parlamentar para engrossar o coro em apoio pela volta do ensino presencial nas escolas, entretanto, em troca o vereador poderia contar com a promessa de R$10 mil para uma futura campanha eleitoral.

Imagem ilustrativa da imagem Vereador denuncia tentativa de suborno em troca de apoio na retomada do ensino presencial
| Foto: Guilherme Marconi - Grupo Folha

Segundo Santão, a mensagem partiu de alguém ligado ao segmento escolar. O remetente queria que o vereador intercedesse com o prefeito Marcelo Belinati (PP) pelo ensino presencial imediato: “Senhores governantes: as escolas precisam da sua ajuda! Por favor respondam, tenham o mérito de fazer o ético e competente. Prometo 10 mil reais para a sua próxima campanha eleitoral se você salvar a escola, convencendo o nosso prefeito Belinati de que escola é essencial! A escola privada está desesperada e precisa da sua coragem e poder de agir por essa causa", dizia o texto.

Santão rechaçou a oferta. "Se alguém quer lutar por uma causa deve agir de outra maneira." Mesmo diante da oferta feita por escrito, o vereador informou que não irá levar a denúncia ao Ministério Público porque entende que não há elementos suficientes que possam caracterizar corrupção ativa. "Existiu de fato no e-mail a promessa indevida de vantagem a agente público, no meu caso um vereador. Mas como eu não tinha oficializado nada de forma institucional sobre o tema, ou seja, se trata ação de cunho político, ao meu ver não se concretizou o crime de corrupção ativa", avaliou Santão, que é policial rodoviário federal e assumiu o primeiro mandato parlamentar.

Apesar de refutar o conteúdo do e-mail com a oferta de suborno, Santão admitiu que no mérito é a favor do retorno dos estudantes às aulas presenciais. "Eu apoio o movimento dos donos de escolas. Eu penso que o mesmo direito que a pessoa tem de optar de ir ao mercado, à padaria e a uma praça, ela tem direito de escolherem levar seus filhos para estudar, ou seja, penso que as escolas devem estar abertas." O vereador informou ainda que nesta quinta-feira à tarde esteve em agenda oficial com o prefeito de Londrina para pedir apoio à causa e que a reunião foi agendada antes mesmo de ter recebido o e-mail. Belinati, por sua vez, tem se manifestado contra o retorno do ensino presencial e no último sábado estendeu até o dia 28 de fevereiro o decreto municipal proibitório, que vale para os ensinos público e privado em Londrina.