Vargas minimiza debandada do PT
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terça-feira, 01 de fevereiro de 2005
Rodrigo Sais<br> Equipe da Folha
Curitiba - A desfiliação coletiva assinada por 112 membros do PT no Fórum Social Mundial em Porto Alegre não preocupa o presidente da sigla no Estado, o deputado estadual André Vargas. O movimento de desfiliação foi encabeçado por setores da Central Única dos Trabalhadores e economistas insatisfeitos com o rumo da política econômica adotada pelo governo federal.
Segundo Vargas, poucos membros do Paraná assinaram a desfiliação. ''O PT tem mais de 700 mil filiados. Nesse quadro, uma centena de pessoas é muito pouco. Lamento que eles tenham feito essa opção, mas certos setores do PT não entendem que o partido não opta por revoluções ou mudanças radicais para alterar a realidade do país'', comentou Vargas.
O presidente estadual do PT chegou a elogiar a atitude dos filiados que decidiram deixar a sigla. ''Não concordo com as posições que eles defendem, mas acredito que se eles não estão satisfeitos com os rumos do partido devem mesmo sair. É uma postura digna, que merece elogios, ainda mais se compararmos com aqueles que não deixam o partido mas criam obstáculos constantes ao governo federal'', analisou.
Vargas defendeu a tese de que alguns setores do PT acabam prestando um desserviço à sigla. ''Divergência é uma coisa natural, e que sempre vai existir. Mas quando setores do próprio PT se negam ao diálogo e ficam fazendo oposição ao governo federal dentro do próprio PT, a coisa é diferente. Aí a população não entende o que está acontecendo'', destacou.
A Folha tentou contato com o diretor da CUT, Jorge Luiz Martins, que encabeçou o movimento de desfiliação, mas a CUT nacional não forneceu o telefone do dirigente. A reportagem também tentou contato com o presidente da CUT no Paraná, Roni Anderson, mas ele estava em trânsito de Porto Alegre a Curitiba e não retornou as ligações.