Durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29), o coordenador da equipe de transição do prefeito eleito Tiago Amaral (PSD), Gerson Guariente, externou sua preocupação com a incapacidade de investimentos da Prefeitura de Londrina em 2025.

A avaliação é que o Orçamento de 2025, da ordem de R$ 3,5 bilhões, é considerado “apertado” e “difícil de ser realizado”. A Capag (Capacidade de Pagamento) do Tesouro Nacional indica que há grande comprometimento das receitas públicas.

“Existem pontos importantes que precisam ser trabalhados e a gente já estava sabendo. Então, vai depender da capacidade da nova administração de fazer com que, de um limão, se faça dois ou três jarros de limonada”, brincou. “A proposta é que se faça uma gestão muito moderna, muito ágil, e que a gente consiga aproveitar os recursos que nós temos.”

Ele adiantou que está sendo elaborado um plano para busca de verba estadual e federal.

Questionado se a gestão Tiago Amaral prevê redução de secretarias ou de cargos comissionados, Guariente evitou detalhar, mas disse que “nós vamos ter que fazer cortes”.

“Nós temos um Orçamento robusto para o ano que vem, são mais de R$ 3,5 bilhões, mas ele não cobre todas as necessidades. Necessariamente terá de ser feita uma readequação dessas despesas para que a gente cumpra tranquilamente todos os compromissos, a Lei de Responsabilidade Fiscal e não perca o atendimento à população”, continuou.

Ele reforçou que a administração terá de “escolher o que cortar”, mas descartou cortes de investimentos. Áreas como mobilidade urbana, “dignidade social” e ações que gerem riquezas serão fomentadas.

UNIFORMES E MATERIAIS PREOCUPAM

Após a informação de que pode haver falta no fornecimento dos uniformes escolares em 2025, devido à suspensão do processo licitatório pelo TCE-PR (Tribunal de Contas do Paraná), a equipe de transição quer saber se a Prefeitura de Londrina já iniciou os processos para aquisição de materiais escolares e qual é o planejamento para fornecimento de merenda.

Os questionamentos foram feitos por Gerson Guariente, via ofício, para a Secretaria Municipal de Educação. O objetivo é esclarecer, por exemplo, quantos alunos são atendidos pela rede municipal e qual foi a quantidade de uniformes adquiridos para 2024.

“Nós estamos levantando todas as informações possíveis para que a administração, a partir de 1° de janeiro, dê continuidade às necessidades da população”, disse Guariente. Ele cita como “maior preocupação” o fato de, nos últimos dias de novembro, ainda não haver uma definição sobre a licitação dos uniformes.

Segundo ele, mesmo se, “na melhor das hipóteses”, a licitação for julgada e liberada em dezembro, as empresas dificilmente conseguirão entregar a totalidade de uniformes no início do ano letivo.

“Existe um estoque declarado de uniformes escolares na rede, ele não é suficiente para todas as crianças, mas atende uma quantidade razoável. Imagina-se como uma solução paliativa poder usar esses uniformes e, eventualmente, as empresas que ganharem a licitação começarem a entregar parceladamente para cobrir isso”, acrescentou.

Em relação aos materiais escolares, Guariente afirmou que não há informações de processo licitatório em aberto.

MERENDA

A equipe de transição também quer saber qual é o planejamento para fornecimento de merenda escolar em 2025. Guariente lembrou que, em novembro, entidades filantrópicas da cidade detectaram falta de proteína animal no sistema.

“Tivemos acesso a uma comunicação da Prefeitura, que estava fazendo um procedimento de substituição dessa proteína animal, para que não faltasse. Aparentemente, o processo está sendo conduzido de forma controlada”, sinalizou.

OUTRO LADO

Procurada pela reportagem para comentar os questionamentos da equipe de transição, a Prefeitura de Londrina não retornou. Em nota encaminhada na quinta-feira (28), a respeito da licitação suspensa, o Executivo disse que o prazo para apresentação de contraditório no processo termina em 5 de dezembro.

“Até que o Tribunal decida pela procedência ou improcedência do pedido temos que aguardar para ver se será necessário alterar ou não o edital. Por isso, até que saia a decisão do TCE, a Prefeitura não vai se pronunciar”, afirmou.