O presidente do TRE, Gilberto Ferreira, lembrou que as "fake news" colocaram em xeque a credibilidade da justiça Eleitoral
O presidente do TRE, Gilberto Ferreira, lembrou que as "fake news" colocaram em xeque a credibilidade da justiça Eleitoral | Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

Curitiba - O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná pretende implementar nos próximos meses uma "central de checagem", com o objetivo de desmentir as chamadas fake news (notícias falsas). O desembargador Tito Campos de Paula, que assume a presidência do órgão na segunda-feira (3), em substituição a Gilberto Ferreira, disse nessa sexta (31), em coletiva de imprensa, que o combate à desinformação será uma de suas prioridades.

"Foi um aspecto que preocupou muito nas eleições de 2018 e é bem provável que se repita agora. Já estamos preparando a montagem de uma central de checagem, com número de telefone e WhastApp para disponibilizar à população. Assim que começarem a chegar determinadas demandas, a gente já vai poder ver o que é verdadeiro ou falso e divulgar a informação correta", conta.

Para Ferreira, o problema é de todos, mas especificamente nas eleições passadas atingiu a credibilidade da Justiça Eleitoral. "Levantou-se dúvidas se havia lisura nas urnas ou não. Isso ficou demonstrado através de perícias e o próprio resultado da eleição comprovou que não houve qualquer tipo de fraude. A população pode ficar tranquila", afirma. A cúpula do Tribunal promete agir de forma "enérgica".

Os desembargadores também comentaram sobre as expectativas para o primeiro pleito 100% biométrico do Estado. "O Paraná passou por um processo de revisão do eleitorado, que durou dez anos, e agora tivemos a honra de finalizar, atingindo o número aproximado de oito milhões de eleitores cadastrados biometricamente. Estão sendo homologados os últimos municípios, faltam bem poucos, e a partir de então será obrigatório o cadastramento", informa o novo presidente.

Segundo o TRE, mais de 150 mil pessoas podem ter seus títulos cancelados, se não fizerem a adequação até 6 de maio. Também precisam ir até os cartórios eleitorais aqueles eleitores cujo voto é facultativo (entre 16 e 18 anos incompletos ou acima de 70) e que pretendem participar do pleito.

Tito Campos de Paula falou ainda sobre um provável aumento no número de candidatos em 2020, em virtude do fim das coligações nas eleições proporcionais. "É bem possível que os partidos políticos, para aumentar sua força, lancem mais candidatos. A gente acredita que ao menos no primeiro turno isso vai acontecer. E o Tribunal está preparado".

CANDIDATURAS LARANJAS

A diretoria do TRE foi questionada sobre o que tem feito para evitar as candidaturas laranjas [de fachada, usadas para as legendas desviaram recursos do fundo eleitoral ou cumprirem a cota de gênero]. "Isso é algo difícil de antecipadamente prever. A pessoa tem direito de realizar sua candidatura e, desde que esteja formalmente correta, a Justiça Eleitoral tem de aceitar. Agora, depois se ocorrer algum problema, entra o papel da fiscalização", pondera De Paula.

O primeiro turno das eleições de 2020 acontece no dia 4 de outubro. Em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel, cidades com mais de 200 mil eleitores, pode haver segundo turno, no dia 25 de outubro. A coordenadora de Planejamento Estratégico do TRE, Solange Maria Vieira, adianta que o Tribunal trabalha com a possibilidade de São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) também entrar nesse rol. "O município precisa registrar um acréscimo de dez mil eleitores até 6 de maio, quando fecha o cadastro eleitoral".