O TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) começou nesta quinta-feira (21), em parceria com a Seed (Secretaria de Estado da Educação) e outras secretarias estaduais, uma campanha para incentivar os jovens a participarem das eleições municipais deste ano. A ideia é visitar escolas estaduais e conversar com os estudantes entre 15 e 17 anos para que eles façam a emissão do título de eleitor até 8 de maio, data limite do prazo do calendário eleitoral.

A iniciativa “Se Liga, 16” abrange também os alunos de 15 anos, mas os organizadores lembram que para poder votar em outubro, é necessário que o eleitor já tenha completado 16 anos antes da data da votação do primeiro turno, em 6 de outubro. No caso dos eleitores de 16 e 17 anos, o voto é facultativo, mas a Justiça Eleitoral quer estimular o exercício da cidadania entre este público.

Em Londrina, o lançamento da campanha ocorreu no final da manhã, no Colégio Estadual Cívico-Militar, Rio Branco, no Jardim Ipiranga, região central. A ação foi coordenada pelo desembargador Luiz Osório Moraes Panza, vice-presidente e corregedor regional eleitoral do TRE-PR. Ele aproveitou a viagem para inspeções de rotina às zonas eleitorais de Londrina para conversar com os alunos sobre a importância do voto.

Desembargador Luiz Panza acompanhado pelos juízes eleitorais e por representantes do Colégio Rio Branco
Desembargador Luiz Panza acompanhado pelos juízes eleitorais e por representantes do Colégio Rio Branco | Foto: Celso Felizardo

Panza destaca o principal objetivo da campanha. “Precisamos deste engajamento para que os jovens se sintam participantes, promovendo não apenas inclusão social, mas também democrática. Hoje, no Brasil, os jovens já têm discernimento sobre o que é certo e errado, o que é bom e ruim. Eles podem participar desse processo, que muitas vezes exige manter os bons políticos e renovar os que precisam ser trocados”, argumenta.

“O jovem tem uma visão oxigenada, voltada para mudanças e para estimular o crescimento. Afinal, o processo eleitoral é uma das grandes vantagens e liberdades do Brasil: poder votar e ser votado livremente. A Justiça Eleitoral busca se aproximar do cidadão, e agora, demonstra isso se aproximando dos jovens eleitores entre 15 e 17 anos”, completa.

Na plateia, que lotou o refeitório do colégio, olhares curiosos prestavam atenção nas palavras do desembargador e nos quatro juízes eleitorais de Londrina que também participavam da ação. No entanto, quando questionados quem já havia procurado a Justiça Eleitoral para emitir o título de eleitor, menos de 10 dos aproximadamente 80 alunos participantes levantaram a mão.

Apesar de ter 18 anos, Raquel Bellido Neves, conta que tirou o título aos 16: "sempre gostei muito de política"
Apesar de ter 18 anos, Raquel Bellido Neves, conta que tirou o título aos 16: "sempre gostei muito de política" | Foto: Celso Felizardo

É o caso da estudante Raquel Bellido Neves, do 3º ano. Apesar de ter 18 anos, ela conta que fez o título aos 16. Engajada em movimentos estudantis, contou que o gosto pela política veio de dentro de casa. “Política sempre foi um assunto muito debatido em casa, então aprendi a gostar desde cedo. Meu pai fazia parte do sindicato dos bancários”, conta. “Por acompanhar de perto e discordar de muita coisa em governos anteriores, assim que surgiu a oportunidade, eu fui correndo fazer meu título. Acho que deveria ser uma prioridade para todo jovem”, opina.

A representante de mídias do Grêmio Estudantil, Anna Beatriz Santos, de 17 anos, usou o microfone para incentivar os colegas a emitirem o título. “Tudo na nossa vida se dá por meio da política. A decisão recente de adotar o sistema cívico-militar aqui no colégio é um exemplo. Tudo se decide por maioria, por 50% mais um. Então temos que exercer a nossa cidadania”, comparou, recebendo elogios dos representantes da Justiça Eleitoral pela eloquência.

A representante de mídias do Grêmio Estudantil, Anna Beatriz Santos, foi elogiada pela eloquência ao microfone: "tudo na vida é política"
A representante de mídias do Grêmio Estudantil, Anna Beatriz Santos, foi elogiada pela eloquência ao microfone: "tudo na vida é política" | Foto: Celso Felizardo

Okçana Battini, diretora do Colégio Rio Branco, enxerga nos alunos muito engajamento na defesa dos direitos. O que falta, segundo ela, é mostrar para os alunos que a cidadania exercida no microcosmo da escola também serve para o processo eleitoral, na escolha dos representantes. “É muito importante essa proximidade com a Justiça Eleitoral. Os alunos acham que a política acontece ‘lá longe’. Quando a gente tem essa proximidade, esse diálogo de igual para igual, eles conseguem compreender essa importância do voto. Eles se sentem pertencentes ao processo”.

Okçana Battini, diretora do Colégio Rio Branco diz que ação foi muito importante por aproximar e dar sensação de pertencimento aos alunos
Okçana Battini, diretora do Colégio Rio Branco diz que ação foi muito importante por aproximar e dar sensação de pertencimento aos alunos | Foto: Celso Felizardo

A Justiça Eleitoral orienta que o processo para a emissão do primeiro título de eleitor pode ser feito por meio da internet, no site da Justiça Eleitoral. O eleitor deverá apenas comparecer no Fórum Eleitoral para fazer o cadastramento da biometria.

Após a palestra, alunos puderam conversar com os juízes e tirar dúvidas sobre o processo eleitoral
Após a palestra, alunos puderam conversar com os juízes e tirar dúvidas sobre o processo eleitoral | Foto: Celso Felizardo

A recomendação para os interessados é que não deixem para a última hora.