O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD), afirmou, nesta quarta-feira (8), que tentou convencer o deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil) a não tomar posse na última segunda-feira (6), por conta do risco de reversão da liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques, já no dia seguinte, como, de fato, ocorreu. Traiano comentou, contudo, que a AL se precaveu quanto à possibilidade de reviravolta no caso. Nem as placas com os nomes dos deputados nas portas dos gabinetes foram trocadas.

Imagem ilustrativa da imagem Traiano diz que AL não teve custos com deputados reempossados
| Foto: Dálie Felberg/Alep

“Eu até conversei com o deputado Francischini, no domingo (5), sugerindo a ele que aguardasse o julgamento de terça-feira (7), para termos uma decisão mais definitiva, mas ele achou por bem tomar posse na segunda-feira e eu tinha uma decisão judicial a cumprir. Empossamos, mas sabendo que poderia haver uma mudança [...] Mas tomamos toda a cautela. Não demitimos os servidores dos deputados que deixaram o cargo e não vamos fazer pagamento aos deputados empossados por dois dias”, disse.

Apesar de a Segunda Turma do STF ter restabelecido, na tarde de terça-feira (7), a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato de Francischini por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por ter feito transmissão nas redes sociais com falsa denúncia sobre fraude nas urnas eletrônicas durante as eleições de 2018, Francischini seguia como deputado durante a sessão plenária que ocorreu na manhã desta quarta-feira. Seu nome, assim como os dos deputados Emerson Bacil (União) e Cassiano Caron (União), também empossados na última segunda-feira por conta da liminar de Nunes Marques, permaneciam no painel eletrônico da Casa. Nenhum dos três, no entanto, esteve presente na sessão. O quarto deputado eleito pelo PSL, que perdeu mandato com a cassação de Francischini e retornaria à Assembleia por força da liminar, Do Carmo (União), sequer tomou posse, pois optou por esperar o julgamento de terça-feira.

Traiano informou que a Assembleia ainda não havia sido notificada da decisão da Segunda Turma do STF e, por isso, ainda não determinou a perda do mandato dos deputados empossados segunda-feira e a convocação dos suplentes que estavam no cargo desde novembro: Nereu Moura (MDB), Elio Rusch (União), Adelino Ribeiro (PSD) e Pedro Paulo Bazana (PSD). “Estou aguardando ser intimado da decisão da Segunda Turma. Tão logo eu receba a intimação, convocarei os novos deputados para serem reempossados. Acredito que isso possa ocorrer ainda hoje (quarta-feira)”, disse. Assim, os suplentes devem retornar à Assembleia já na próxima sessão, segunda-feira (13). A FOLHA não conseguiu falar com Francischini.

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