Trabalho da CPI terá apoio no PR
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa que investiga o narcotráfico no Estado deve acompanhar, entre os dias 2 e 5 de maio, os trabalhos da subcomissão nacional da CPI do Narcotráfico em Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Foi o que informou ontem o presidente da CPI estadual, Algaci Túlio (PTB). ‘‘Na segunda-feira vamos conversar com os deputados federais para definir como poderemos acompanhá-los’’, adiantou Túlio. A CPI estadual foi instalada na semana passada.
A subcomissão da CPI Nacional que vem ao Paraná é formada pelos deputados Padre Roque Zimmermann (PT-PR), Pompeo de Mattos (PDT-RS), Éber Silva (PDT-RJ) e Lino Rossi (PSDB-MT). Eles vão ficar em Foz do Iguaçu nos dias 2 e 3 e em Ponta Grossa nos dias 4 e 5. Não está descartada a possibilidade de a subcomissão voltar a Curitiba. Os deputados vão continuar as investigações sobre o envolvimento de policiais civis, federais ou militares com o esquema de tráfico de drogas, roubo e desmanche de carros, contrabando de armas e lavagem de dinheiro na fronteira e no interior do Estado.
Algaci Túlio disse que a vinda da subcomissão ‘‘é importante porque vai dirigir as investigações para outras áreas do crime organizado’’. ‘‘Vamos buscar informações na Polícia Federal, em Brasília, para investigar a lavagem de dinheiro em casas de câmbio de Curitiba’’, antecipou.
O deputado assegurou que a CPI estadual não deve ouvir os mesmos depoimentos já feitos durante a passagem da CPI nacional por Curitiba, no começo de março. ‘‘Não há sentido repetir depoimentos. Na segunda-feira vamos receber do Ministério Público as indicações de pessoas que podem ser ouvidas em nossa primeira audiência pública, que será na quarta-feira’’, informou. Túlio disse que já solicitou à Polícia Civil de Santa Catarina uma cópia do depoimento do traficante Ismael Buono, preso em Joinville no fim do mês passado.
O ex-policial civil e traficante Gilberto Chagas Ramos, o ‘‘Marrom’’ – que está preso – afirmou na CPI nacional que Buono seria o fornecedor da cocaína que policiais civis de Curitiba traficariam na cidade. ‘‘Marrom’’ disse que viajava para a cidade catarinense ‘‘duas ou três vezes’’ por mês e ‘‘sempre’’ trazia 10 quilos de cocaína para os policiais venderem. (R.B.N.)