Tiago Amaral quer salário de R$ 21,9 mil para vice e secretários
Prefeito eleito de Londrina justificou discrepância dos valores com outras cidades e dificuldade em montar equipe qualificada
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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Prefeito eleito de Londrina justificou discrepância dos valores com outras cidades e dificuldade em montar equipe qualificada
Pedro Marconi

Tiago Amaral (PSD) só toma posse no dia 1º de janeiro, mas já está em campo junto aos atuais vereadores para que tenha suas primeiras medidas à frente do Executivo atendidas desde agora. O prefeito eleito articulou com os parlamentares um projeto de lei para aumentar os salários do vice-prefeito eleito e dos futuros secretários para R$ 21,9 mil. Atualmente, o vice recebe R$ 9,1 mil e o primeiro escalão da administração R$ 14,4 mil, ou seja, o acréscimo será de 140% e 52%, respectivamente.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19), Amaral justificou que os atuais vencimentos não são atrativos para formar uma equipe qualificada “Todo mundo sabe que bons profissionais custam. Bons profissionais que entregam resultados, resolvam problemas. Então, não adianta imaginar que vamos levar Londrina para um novo tempo, que vamos modernizar a cidade e resolver as questões de forma célere da melhor forma possível se não tivermos um secretariado de nível alto de exigência, que é um nível que um salário bem aplicado pode entregar.”
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Ele ainda comparou as remunerações pagas pelo poder público londrinense para os cargos se comparado com outras cidades. Em Maringá, por exemplo, o vice e os secretários ganham R$ 17,9 mil por mês e em Ponta Grossa R$ 22 mil. “O salário que Londrina paga hoje é absolutamente baixo e desproporcional em relação às demais cidades do Paraná, cidades de menor porte”, argumentou.
Londrina tem hoje 22 secretarias e unidades com o mesmo status. O impacto da atualização aos cofres da prefeitura, caso a proposta seja aprovada, será de R$ 177 mil mensais. “A nossa ‘espinha dorsal’ está bem encaminhada, mas dependo muito da aprovação desse projeto na Câmara de Vereadores para eu poder, definitivamente, entregar os nomes daqueles que vão compor a nossa ‘tropa de elite’ de secretariado para fazer a transformação que precisamos que aconteça na cidade”, afirmou.
Nove vereadores que hoje estão no Legislativo são filiados a partidos que fizeram parte da coligação de Tiago Amaral nas eleições: seis do PL, dois do PSD e um do Avante. Outros três do Republicanos anunciaram após o resultado do primeiro turno apoio ao então candidato. No total, a Câmara conta com 19 parlamentares.
‘SEM PAPEL SECUNDÁRIO’
Com o vice tendo uma posição no Brasil que costuma ser figurativa, o futuro prefeito garantiu – ao responder questionamento da FOLHA – que Junior Santos Rosa (PL) terá papel de destaque na gestão para fazer jus a quase R$ 22 mil de salário. “O meu vice, desde o começo, foi uma figura estratégica na articulação política. É uma figura extraordinária e que tem um papel fundamental na integração da cidade. Ele não terá, em hipótese alguma, um papel secundário, muito pelo contrário. É o segundo na linha de comando da prefeitura e como tal não pode ter uma remuneração muito abaixo do prefeito”, defendeu.
PREFEITO DE FORA
O texto costurado pela equipe de transição não prevê a ampliação do pagamento do prefeito, que seguirá em R$ 24,3 mil, e dos presidentes de companhias. A remuneração do responsável pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), por exemplo, é de R$ 25,5 mil e da Cohab (Companhia de Habitação de Londrina) 28,6 mil. “Entendo que prefeito não é apenas um contratado, mas um líder. A partir do momento que assume uma função como essa precisamos dar recados e demonstrar nossa cota de comprometimento. Se alguém do time tem que dar cota de contribuição, esse alguém sou eu”, explicou.
Amaral ainda detalhou os motivos de apresentar a proposta um mês e meio depois do segundo turno e às vésperas do encerramento do ano legislativo. “A discussão entrou justamente no momento em que estávamos preparando os anúncios do secretariado. Quando foi falar da reorganização administrativa nos deparamos com um grande problema, que é o apontamento do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Paraná) da irregularidade do pagamento que vinha sendo feito aos secretários, baseado numa atualização meramente por decreto. Não pode, tem que ser feito com respaldo legal e os agentes políticos precisam ter os salários aprovados em lei”, comentou.
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A promessa do prefeito eleito é de que na próxima segunda-feira (23) serão anunciados os primeiros secretários da nova administração, em especial das principais pastas. Entre os cotados estão a superintendente do HU (Hospital Universitário), Vivia Feijó, para a saúde. A única confirmação, por enquanto, é de que o coordenador da transição, Gerson Guariente, não vai participar da gestão por decisão própria.
Tiago Amaral não deixou explícito se vai reduzir a quantidade de secretarias. “A reforma administrativa será do time que vai entrar. Pretendemos apresentar no ano que vem uma reorganização da máquina pública. Então é possível que tenhamos nova dinâmica até na estrutura de secretariado”, ponderou.

