Tiago Amaral fala em ‘ação coordenada’ após ser vítima de notícias falsas
A Justiça Eleitoral reconheceu que um vídeo do senador Sergio Moro foi adulterado para prejudicar a candidatura de Amaral
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 06 de agosto de 2024
A Justiça Eleitoral reconheceu que um vídeo do senador Sergio Moro foi adulterado para prejudicar a candidatura de Amaral
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local
Mal terminou o período de convenções partidárias em Londrina e as primeiras notícias falsas começaram a aparecer. O primeiro caso foi o compartilhamento de uma versão editada de um vídeo do senador Sergio Moro (União Brasil), dando a entender que ele faz críticas ao candidato Tiago Amaral (PSD).
A juíza Camila Tereza Gutzlaff Cardoso, da 42ª Zona Eleitoral de Londrina, em liminar concedida na tarde desta terça-feira (6), reconheceu a adulteração e disseminação do vídeo como “propaganda eleitoral negativa antecipada” contra o candidato. Moro foi às redes sociais para desmentir a versão que começou a circular no final de semana.
Na denúncia, Amatal e PSD citam uma pessoa acusada de compartilhar o vídeo em um grupo de WhatsApp. Na versão original, o senador fala especificamente sobre a pré-candidatura do deputado estadual Do Carmo (União Brasil), em Maringá, sem qualquer menção do pleito em Londrina.
“[...] de forma descontextualizada e falaciosa ao vídeo original, o vídeo disseminado pelo representado faz parecer que o senador Sergio Moro realiza duras críticas ao pré-candidato Tiago Amaral, cortando as falas do senador e inserindo matérias jornalísticas onde o representante Tiago Amaral seria, supostamente, investigado por desvio de verbas públicas, desqualificando o pré-candidato e maculando a sua imagem perante o eleitorado local”, afirma a juíza, que aponta que a jurisprudência é clara em reconhecer a ilegalidade das manipulações que podem influenciar negativamente o eleitor.
A magistrada determinou que a pessoa acusada de compartilhar o vídeo remova as publicações e não faça propaganda eleitoral negativa antecipada. Foi fixado prazo de 24 horas para que isso ocorra, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.
Outra imagem que circula na internet dá a entender que o ex-secretário Marcelo Canhada (Republicanos) compartilhou o vídeo adulterado de Moro. Em seu perfil pessoal, ele repudiou a disseminação de notícias falsas: “É lamentável que, já no início da campanha eleitoral, observemos comportamentos tão reprováveis”.
‘AÇÃO COORDENADA’
À FOLHA, Tiago Amaral afirma que o caso “é muito triste” e que ficou impactado com o compartilhamento do vídeo editado, que ocorreu logo após a convenção que oficializou o apoio de Moro à sua candidatura.
“Um vídeo no formato que foi feito, utilizando o senador Sergio Moro, que é um símbolo do combate à corrupção, utilizando notícias falsas, tentando construir a ideia de que eu estaria sendo repreendido pelo Moro”, afirma Amaral. “É uma distorção tão grave, tão baixa.”
O candidato aponta que acatou uma das sugestões do senador, que é a criação de uma agência anticorrupção em Londrina. E pede que os autores das notícias falsas sejam identificados.
“De onde está saindo isso? Hoje, agora há pouco, fizeram uma montagem utilizando o Canhada. Eles fizeram uma montagem como se o Canhada tivesse replicando um link, que teoricamente, está vinculado a esse vídeo”, continua. “A montagem é profissional, o vídeo é profissional. De onde está saindo isso? É uma ação coordenada.”