Tiago Amaral descarta aumento da tarifa de ônibus em Londrina
Durante a entrega da nova frota de coletivos, o prefeito disse que a manutenção da passagem em R$ 5,75 é, no momento, a melhor saída
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 01 de maio de 2025
Durante a entrega da nova frota de coletivos, o prefeito disse que a manutenção da passagem em R$ 5,75 é, no momento, a melhor saída
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local

O prefeito de Londrina, Tiago Amaral (PSD), descartou nesta quinta-feira (1°) o aumento da tarifa do transporte coletivo no município, que hoje é R$ 5,75. Um reajuste estava sendo estudado pela Prefeitura, que aponta que há um déficit de mais de R$ 100 milhões no subsídio do sistema de transporte da cidade.
No dia 14 de abril, o secretário municipal de Planejamento e Orçamento, Marcos Rambalducci, afirmou à FOLHA que, em meio às dificuldades financeiras, o aumento era uma possibilidade. “Não temos uma data e tampouco um valor, porque estudamos várias possibilidades. Mas não deve demorar muito, porque quanto mais demora, mais a situação vai se agravando”, declarou à reportagem.
Porém, durante a entrega da nova frota de ônibus, na manhã desta quinta-feira, o prefeito garantiu a manutenção da tarifa.
“Eu entendo que a manutenção da tarifa é a melhor medida, a mais correta em respeito ao cidadão e também para gente estimular os londinenses a andarem de ônibus. Nós não podemos ter uma tarifa cara se nós queremos realmente que o cidadão utilize o nosso transporte coletivo”, disse.
Tiago falou em realizar estudos para deixar o transporte coletivo “mais atrativo” para o cidadão. “A tarifa, mesmo com todas as dificuldades, será mantida pela Prefeitura em R$ 5,75.”
TARIFA TÉCNICA
O déficit no sistema ocorre porque há um descompasso entre o valor pago pelo usuário, de R$ 5,75, e a tarifa técnica, de R$ 11,80 na área da TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e de R$ 10,20, na área da LondriSul. Ou seja, os cofres públicos acabam custeando mais de 50% da passagem.
Houve um reajuste significativo da tarifa técnica - que era de R$ 8,75, para a TCGL, e R$ 8,26, para a LondriSul - no dia 30 de dezembro de 2024, autorizado pelo então prefeito Marcelo Belinati (PP). Em fevereiro, a Prefeitura anunciou que havia no Orçamento um montante de R$ 72,8 milhões para subsidiar o transporte coletivo, mas a despesa total deve superar os R$ 177 milhões.
Com isso, o déficit do sistema chega a mais de R$ 100 milhões e é o principal problema orçamentário enfrentado pela administração, que vem contingenciando verbas de custeio para tentar amenizar o problema.
FROTA
A declaração do prefeito ocorreu pouco antes da solenidade de entrega de 71 ônibus da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL). Do total de veículos que foram entregues e que gradativamente começarão a operar pelas ruas, 50 serão em substituição aos veículos mais velhos, enquanto os demais 21 serão incorporados à frota da empresa, que investiu R$ 66 milhões nas suas aquisições. Somados aos 21 já incorporados em fevereiro, totalizam 92 novas unidades e um aporte de R$ 85 milhões em veículos de última geração.
Londrina tem uma frota de 385 veículos no transporte coletivo, sendo 244 da Grande Londrina e 141 da Londrisul, a outra concessionária. A idade média de todo a frota é de 2 anos e 5 meses, mas somente na Grande Londrina, que opera a maior parte das linhas, a idade é ainda mais reduzida e chaga a 1 ano e 4 meses, a menor do Brasil. E agora, Londrina possui 172 veículos com ar-condicionado (45% da frota).
Os novos ônibus da TCGL disponibilizam Wi-Fi gratuito, carregadores USB tipo normal e tipo C em todos os bancos, sistema de áudio para orientação sobre rotas e paradas (em fase final de implementação), comunicação em tempo real entre motoristas, concessionária e usuários, piso emborrachado com isolamento térmico e acústico, além de câmeras de monitoramento com gravação contínua.
No aspecto ambiental, os veículos incorporam a tecnologia “BlueTec 6” da Mercedes-Benz, em conformidade com a legislação Proconve P8, vigente desde janeiro de 2023. Este avanço tecnológico representa uma redução de 80% na emissão de Óxido de Nitrogênio (NOx), 50% na emissão de Material Particulado (MP) e expressivos 72% na emissão de Hidrocarbonetos (HC).
Os novos ônibus vão atender 33 linhas que não possuem veículos com ar condicionado: 100, 102, 103, 104, 108, 109, 114, 301, 303, 309, 310, 312, 315, 317, 400, 401, 402, 408, 412, 413, 414, 415, 419, 420, 426, 430, 502, 800, 801, 802, 804, 806 e 901.
Outras 21 linhas, que já são atendidas por ônibus com ar, terão mais veículos com este equipamento à disposição. São as linhas 106, 110, 111, 112, 113, 302, 305, 307, 308, 311, 314, 404, 405, 406, 407, 417, 423, 425, 428, 501, 803.
(Com N.Com)
(Atualizada)

