Telepar admite falhas na segurança
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terça-feira, 04 de setembro de 2001
Luciana Pombo<BR>De Curitiba
O presidente da Telepar Brasil Telecom, Juan Ramon Aviles, confirmou ontem à CPI da Telefonia, que foram detectadas falhas na área de segurança da operadora, tanto em relação à possibilidade de fraudes como na violação das caixas telefônicas que ficam nas ruas. As falhas poderiam facilitar grampos telefônicos e clonagem de linhas.
O depoimento de Aviles à CPIáá que investiga denúncias de irregularidades em contas telefônicas e escutas clandestinas foi feito no plenarinho da Assembléia em meio a uma sessão tumultuada e repleta de discussões pessoais. No entanto, ele garantiu que todas as providências para a correção dos problemas estão sendo tomadas.
As caixas telefônicas já estariam recebendo tampas de fibras, gaiolas para evitar furtos, microcâmeras e monitoramento por alarme. Em todo o Paraná, são 7 mil caixas telefônicas que serão modificadas nos próximos dias.
''Nosso sistema é de alta confiabilidade. Nossos procedimentos de atendimento ao cliente não são uma brincadeira. Não estamos induzindo a fraude. Estou me sentindo insultado. Para mim, achar que estamos fazendo brincadeiras é uma falta de respeito com a empresa Telepar'', afirmou indignado Aviles, depois do pronunciamento do deputado Algaci Tulio (PTB), que classificou como brincadeira o manual ''Telefone fácil um guia para melhor ligar'', lançado no mês passado pela empresa.
Aviles disse que fez várias propostas para que deputados e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) visitassem as instalações da empresa no Paraná. ''Convidei os senhores para ir ver como funciona todo o sistema de telefonia da Telepar. Ninguém atendeu aos meus convites. Vamos reconhecer que existem problemas pontuais na telefonia, mas todos foram herdados. Temos que discutir soluções. Nos ajudem e não nos critiquem usando a mídia e fazendo papel de palhaços'', disse batendo a mão sobre a mesa.
A afirmação de Aviles irritou os integrantes da CPI. O deputado Tony Garcia (PPB), presidente da comissão, quis que o empresário nominasse os palhaços. ''Quero que fique claro quem é palhaço aqui. Se tivemos que discutir o assunto na mídia é porque a Telepar foi convocada para vir aqui e se recusou por várias vezes. Preferiu ir para a Justiça e impedir o funcionamento de nossas comissões. Se alguém foi desrespeitado aqui este alguém foi a Assembléia Legislativa. Esta Casa foi desrespeitada pela Telepar'', justificou Garcia.
Aviles se desculpou e tentou dizer que usou a palavra ''palhaços'' se referindo à forma como os diretores da Telepar estavam se sentindo em meio a tantas acusações divulgadas pela imprensa. Os parlamentares solicitaram diversos dados sobre tarifas telefônicas e locação de telefones para usuários. As informações serão repassadas pela empresa por escrito num prazo de 48 horas.