Outros candidatos à sucessão presidencial também criticaram a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante as celebrações em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil. O terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o pedetista Ciro Gomes, demonstrou "algum alívio" com as falas de Bolsonaro. Em transmissão ao vivo, após a participação do presidente em ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, Ciro afirmou que ele e aliados passaram os últimos dez dias "sobressaltados, assustados com um punhado de ameaças da própria boca do Bolsonaro, esse boçal que infelizmente assumiu a presidência do Brasil."

Ciro Gomes: "Não aconteceu aquilo que a gente mais temia, que fosse descambar para a violência"
Ciro Gomes: "Não aconteceu aquilo que a gente mais temia, que fosse descambar para a violência" | Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP

Ele criticou o clima gerado por empresários flagrados defendendo um golpe de estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito e também "gente do ambiente rural desonesto, que é uma minoria, mas muito agressiva."

Soraya Thronicke: "O presidente insiste em propagar que é imbrochável, informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro"
Soraya Thronicke: "O presidente insiste em propagar que é imbrochável, informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro" | Foto: Roque de Sá/Agência Senado

"Tudo isso cria um ambiente em que nós ficamos com medo. Com medo como brasileiros do que iria acontecer nesse 7 de Setembro. Chegamos aqui 6h da manhã, organizei com toda militância do PDT uma nova rede da legalidade", disse. "Nós estávamos prontos para denunciar e mobilizar uma resistência que fosse necessária se algum desatino mais grave, se alguma atitude mais violenta vitimasse nosso povo brasileiro."

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Ele disse terminar o dia com 'algum alívio' após ouvir as falas de Bolsonaro em Copacabana. "Não aconteceu aquilo que a gente mais temia, que fosse descambar para a violência, que inocentes fossem mortos ou inocentes fossem feridos por essa atitude absolutamente irresponsável que o chefe da nação tem tomado ante a conivência de certos setores militares também."

Simone Tebet: "Agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder"
Simone Tebet: "Agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder" | Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

As candidatas à Presidência Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) também reagiram ao discurso do presidente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. "Além de pária internacional devido à falta de segurança e de estabilidade política, agora o país também vira motivo de chacota pelas falas machistas do seu líder, que deveria dar exemplo. O Brasil não merece o governo que tem!", publicou Tebet no Twitter

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Já Soraya, também no Twitter, disse que "o presidente insiste em propagar que é imbrochável, informação que, sinceramente, não interessa ao povo brasileiro". "O que o Brasil precisa, mesmo, é de um presidente incorruptível. "No final da manhã desta quarta, Bolsonaro repetiu a palavra diante de uma multidão de apoiadores, que a repetiam em coro. Ele também sugeriu comparações entre primeiras-damas, uma referência indireta à esposa de Lula (PT), antes de beijar sua mulher, Michelle.