Solicitada revogação da prisão do sargento Leite
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segunda-feira, 25 de junho de 2001
Luciana PomboDe Curitiba
O sargento Ademir Leite, acusado de envolvimento no atentado à Promotoria de Investigações Criminais (PIC), em dezembro do ano passado, pode ter a prisão preventiva revogada até o final da tarde de amanhã. O pedido de revogação foi feito ontem pelo advogado Marden Esper Maués, baseado no depoimento do cabo João Luiz Szczepanski.
Szczepanski era a principal testemunha de acusação contra Ademir Leite e contra o advogado Antonio Pellizzetti e o policial civil Mauro Canuto. Uma confissão anexada às investigações do Ministério Público contra os acusados, dizia que o policial teria conversado com o sargento Leite de quem era amigo no dia 30 de dezembro, um dia após o atentado. Leite teria confessado para ele os motivos do atentado e apontado os mandantes.
Na sexta-feira, o cabo resolveu mudar a versão. Szczepanski disse que foi coagido por promotores e policiais militares do Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) para envolver os acusados. Foi tudo uma armação da PIC, garantiu ele, em depoimento na 2ª Vara Criminal de Curitiba. Szczepanski disse que resolveu contar a verdade após um pedido feito por seu pai, minutos antes de morrer, há pouco mais de uma semana.
O tenente Elias Ariel de Souza, comandante do Gerco, disse que ficou surpreso com as novas declarações do cabo. E negou qualquer tipo de coação para produção de provas materiais ou testemunhais.
Ontem, o delegado Adauto Abreu de Oliveira, corregedor da Polícia Civil, disse que irá entrar com um pedido de providências junto ao Ministério Público para esclarecimento dos fatos. Se houve realmente coação, temos que denunciar e pedir providências. Não é possível que algo assim passe impunimente, declarou.