Brasília - Quem foi à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, acompanhar o desfile do 7 de Setembro nesta quinta-feira encontrou uma festa menor, com esquema reforçado de segurança, e um clima menos politizado. Diferentemente dos anos de Jair Bolsonaro (PL), o verde e amarelo e, em especial, a camisa da seleção brasileira de futebol não foram predominantes.

BRASÍLIA, DF,  BRASIL,  07-09-2023, 12h00: O presidente Lula, acompanhado da primeira dama Janja Lula da Silva, acenam para o público durante o desfile em carro aberto Independência do Brasil, na Esplanada dos Ministérios. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
BRASÍLIA, DF, BRASIL, 07-09-2023, 12h00: O presidente Lula, acompanhado da primeira dama Janja Lula da Silva, acenam para o público durante o desfile em carro aberto Independência do Brasil, na Esplanada dos Ministérios. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) | Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Não houve, por parte do público, efusivas demonstrações políticas, embora houvesse grupos menores vestindo o vermelho, a cor do PT (Partido dos Trabalhadores). A presença majoritária no evento foi de famílias, e o auge da atenção veio com a apresentação da esquadrilha da fumaça e a passagem do Zé Gotinha pelo desfile.

O retorno a um evento mais protocolar marcou a primeira comemoração à Independência do Brasil após o governo Bolsonaro, quando a data fora usada para discursos e manifestações de cunho golpistas.

Na festa petista, um panfleto distribuído celebrava a suposta atuação das Forças Armadas na defesa da Constituição. O livrinho trazia o slogan do evento, "Democracia, Soberania e União", e descrevia os eixos elaborados pelo governo Lula (PT).

Na primeira página, dizia que esses temas "celebram a atuação das Forças Armadas na defesa da Constituição de 1988". Também foram distribuídas bandeiras do Brasil e bonés sobre a comemoração da Independência.

ORGANIZAÇÃO

A organização dos acessos e barreiras na Esplanada moldaram o que seria o evento. As arquibancadas estiveram todas lotadas desde o início da manhã, mas o gramado da Esplanada não teve o acesso liberado ao público para acompanhar a festividade, como ocorreu nos desfiles do 7 de Setembro sob Bolsonaro. No local, havia uma exposição das Forças Armadas.

Brazilian Army soldiers take part in the Independence Day parade in Brasilia, on September 7, 2023. (Photo by EVARISTO SA / AFP)
Brazilian Army soldiers take part in the Independence Day parade in Brasilia, on September 7, 2023. (Photo by EVARISTO SA / AFP) | Foto: Evaristo Sá/AFP

Policiais militares revistavam as pessoas em todos os pontos de acesso próximos da via onde ocorreu o desfile. Tapumes isolaram a parte mais próxima do desfile, segregando o público às áreas das arquibancadas.

INCLUSÃO

Liderança indígena da região do Vale do Javari, Beto Marubo levou o filho Shanko, 4, para acompanhar o desfile em Brasília. Ele disse que voltou a acompanhar celebrações cívicas após o governo Bolsonaro, por se sentir "incluído". "Em outros anos eu não me sentia seguro, não me sentia à vontade. Era como se tivesse um dono, do governo Bolsonaro. Dessa vez me sinto incluído", afirmou.

Depois do desfile, parte do público visitou a exposição das Forças Armadas. Havia objetos militares disponíveis e até uma área de simulação de detecção de explosivos no solo, entre outros atrativos. Algumas crianças subiram em tanques e carros e pegaram nas armas acopladas aos automóveis.