Simone Tebet se lança à Presidência e critica líderes que dividem país
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quarta-feira, 08 de dezembro de 2021
Folhapress
O MDB lançou nesta quarta-feira (8) Simone Tebet (MS) como pré-candidata à Presidência em um evento com críticas à polarização, a líderes "que dividem o país ao meio e promovem o nós contra eles" e em uma tentativa de consolidar o nome da senadora como terceira via viável. Tebet fez um discurso com ataques ao governo de Jair Bolsonaro e disse ter uma missão. "Essa missão tem um clamor, o clamor da urgência, porque o povo brasileiro está morrendo de fome", afirmou.
"Depois de centenas de milhares de brasileiros terem morrido na pandemia por uma saúde pública omissa, insensível e negacionista."
A senadora também atacou a política ambiental do governo Bolsonaro. Representante da bancada ruralista, ela defendeu o agronegócio e pediu o fim da dicotomia entre a agricultura e a preservação do meio ambiente.
"Temos uma política ambiental desastrosa, leniente com o crime, com a grilagem, com a destruição da nossa biodiversidade. Essa leniência não queima apenas a nossa mata e a nossa biodiversidade."
"Queima a credibilidade do agronegócio brasileiro, que é sério sim, que prega a sustentabilidade e sustenta o Brasil e o mundo. É preciso acabar com essa dicotomia", afirmou.
O evento, realizado em um hotel em Brasília, contou com a presença de governadores, como Ibaneis Rocha (DF) e Helder Barbalho (PA), e de líderes do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), e no Senado, Eduardo Braga (AM). Também estava presente o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Algumas ausências eram esperadas, como as dos líderes do governo Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra Coelho (PE).
Outras, como a do senador Renan Calheiros (AL), um dos principais caciques do partido, evidenciam parte da resistência sofrida pela senadora no MDB. O relator da CPI da Covid é próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
O evento foi aberto pelo presidente do partido, Baleia Rossi (SP), que fez uma votação simbólica da aprovação da pré-candidatura às eleições de 2022.
"O país não aguenta mais a polarização, essa política do ódio, de colocar um contra os outros. Não queremos mais salvadores da pátria, heróis fabricados", em referência indireta ao ex-juiz Sergio Moro, que se filiou ao Podemos e deve ser o nome do partido à disputa presidencial.
"Queremos uma pessoa que tenha experiência, que saiba como as leis são criadas, como são os debates políticos no orçamento, como se faz o debate com o Executivo."
Em um vídeo exibido no início do evento, a agora pré-candidata critica duramente o presidente Jair Bolsonaro por atuar contra o meio ambiente, a governança, transparência e a ciência. Nesse momento é reproduzida a fala do chefe do Executivo, que afirma que quem toma vacina contra a Covid-19 pode virar jacaré.