Pelo menos três servidores do Paraná envolvidos nos ataques golpistas e antidemocráticos aos Três Poderes do último domingo (8) foram identificados e passam por processos de apuração de conduta. Um dos indivíduos, inclusive, foi exonerado e não cumpre mais suas funções.

As decisões estão de acordo com as determinações da CGU (Controladoria-Geral da União), que afirmou que os servidores que estiveram presentes nas invasões e nas demais ações criminosas poderiam perder seus cargos após a devida investigação.

Por meio de nota, a CGU informou que irá orientar todos os órgãos e entidades do Poder Executivo para a instauração de procedimentos administrativos com o objetivo de apurar e punir os servidores que participaram dos atos antidemocráticos.

FOZ DO IGUAÇU

Joelson Sebastião de Freitas, que atuava como subinspetor da GM (Guarda Municipal) de Foz do Iguaçu, foi identificado por meio de imagens publicadas em suas redes sociais.

O servidor foi, inclusive, candidato a deputado federal pelo Paraná pelo PROS (Partido Republicano da Ordem Social), e se autodenominou "Joelson Bolsonavista", referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em resposta à reportagem, a Secretaria de Segurança Pública do município informou que tomou conhecimento sobre os vídeos publicados por Freitas em suas redes sociais, nos quais o subinspetor incitava pessoas a participar dos atos antidemocráticos contra os Três Poderes.

Segundo o órgão, foi aberta uma apuração preliminar de infração disciplinar para apurar os fatos relacionados à participação de Joelson e de sua esposa, que também é guarda municipal. A Secretaria apontou, ainda, "que não existe tolerância para este tipo de atitude por parte dos servidores e que haverá grande rigor na apuração do ocorrido".

PONTA GROSSA

Em Ponta Grossa, Cleverson Rodrigo Ribeiro dos Santos, que atuava como servidor comissionado na Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi exonerado de seu cargo após ser identificado como um dos participantes dos ataques antidemocráticos em Brasília.

Em resposta à reportagem, a Prefeitura do município afirmou que a decisão foi publicada no Diário Oficial na última terça-feira (10).

MARINGÁ

O MP-PR (Ministério Público do Paraná) de Maringá, por sua vez, investiga o conselheiro tutelar Jesiel Carrara, que também apareceu em imagens publicadas em redes sociais.

O servidor é, também, alvo de um inquérito civil instaurado na última segunda-feira (9), o qual pede o afastamento temporário do suspeito de suas funções no Conselho Tutelar do município.

O promotor responsável pela investigação solicitou que a Prefeitura de Maringá investigue o servidor em um processo disciplinar.

Em resposta à reportagem, a prefeitura do município afirmou que, conforme a determinação do MP-PR, abriu, por meio da Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas, um processo administrativo de sindicância com comissão instaurada.

"FINANCIADORES"

Reportagem publicada pela Folha de Londrina nesta sexta (13) mostra que a AGU (Advocacia-Geral da União) entrou com recurso para que a Justiça Federal do Distrito Federal faça o bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens dos supostos financiadores dos atos antidemocráticos que terminaram na invasão e vandalismo dos prédios dos Três Poderes da República, em Brasília, no domingo (8). A lista da AGU traz os nomes de 52 pessoas, sendo dez paranaenses, e de sete entidades ou empresas, das quais 3 são do Paraná.

De acordo com a AGU, a quantia deverá ser utilizada para reparar danos causados pela depredação de patrimônio público e poderá ser ampliada na medida em que prejuízos sejam contabilizados

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