Serra faz discurso de candidato
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sexta-feira, 16 de março de 2001
Doca de Oliveira Agência Estado De Aracaju
O ministro da Saúde, José Serra (PSDB), foi recebido ontem em Sergipe como candidato à sucessão presidencial e esbanjou simpatia diante dos mais de 60 prefeitos que prestigiaram a cerimônia de assinatura de convênios na área de saneamento básico no valor de R$ 18 milhões. Ao apresentar os convênios, José Serra marcou posição na busca de solução para os problemas sociais, tema eleito por políticos e analistas como o mais importante fator na sucessão presidencial de 2002.
Na área social é fácil gastar no custeio, mas é difícil investir, admitiu o ministro, que integrava a comitiva do presidente Fernando Henrique Cardoso. Estamos trabalhando para melhorar a capacidade de investimento. O político tucano defendeu ainda que quando se resolve um problema na área da saúde logo aparecem outros dois ou três. Estaremos sempre em falta, sempre correndo atrás das demandas, discursou. Não se pode ficar sentado contemplando o problema, tem de resolver.
Embora diga concordar com o adiamento do debate sucessório, o governador Albano Franco (PSDB) desmanchou-se em elogios ao colega de partido, insinuando suas preferências: Ministro Serra: sua garra e disposição são importantes para o nosso País, diziam as dezenas de faixas espalhadas pelas ruas da capital sergipana.
Albano Franco enalteceu as qualidades do ministro. Suas ações na vida pública e no ministério não deixam dúvidas de que jamais teve preconceito ou má vontade com o Nordeste, afirmou o governador. Sua garra e disposição são importantes para o nosso País, repetiu, parafraseando as faixas da Secretaria de Estado da Saúde.
Não se fala em sucessão nem em preferências, desconversou o governador, horas depois. Tudo o que disse, repito, ele tem sido muito bom para o Nordeste. O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou a ocasião para, mais uma vez, endossar a gestão de José Serra. O ministro Serra tem dado uma orientação nitidamente social ao seu trabalho, comentou. Esta semana, o presidente recebeu a cúpula de seu partido no Palácio da Alvorada para determinar a suspensão da discussão em torno de sua sucessão. O recado tinha endereço certo: o próprio Serra e o governador do Ceará, Tasso Jereissati.