Brasílila - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve entregar à PGR (Procuradoria-geral da República) uma segunda representação contra mais 23 pessoas envolvidas na invasão ao Congresso Nacional, no dia 8 de janeiro.

Os invasores estão soltos e foram identificados pela Secretaria de Polícia do Senado a partir de imagens das câmeras de segurança do prédio. Os nomes dos vândalos não foram divulgados. Cinco dias após o ataque às sedes dos Três Poderes, Pacheco sugeriu ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a prisão preventiva e o bloqueio de bens dos vândalos que invadiram o Senado e foram presos em flagrante.

A partir disso, na semana passada, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra 39 pessoas suspeitas de envolvimento nos atos golpistas e de depredação no prédio. No total, 44 pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Legislativa no dia 8 de janeiro - 39 por policiais do Senado e cinco por policiais da Câmara dos Deputados.

A PGR enquadrou os extremistas nos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano e deterioração do patrimônio público tombado.

No Senado, o prejuízo é estimado em cerca de R$ 4 milhões. Boa parte dos vidros e espelhos quebrados no Salão Azul já foram trocados. A porta principal do plenário, estilhaçada pelos invasores, também foi recolocada. Já o carpete do Salão Azul, que foi encharcado com o uso de mangueiras de incêndio, deve ser substituído no final de fevereiro.

Funcionários da limpeza ainda tentam recuperar o piso do Salão Nobre. A Casa corre contra o tempo para consertar a maior parte dos estragos até a posse dos 27 senadores eleitos, em 1º de fevereiro. Cada um dos empossados terá direito a convidar até 45 pessoas para a cerimônia.

IMAGENS

Imagens do circuito interno do STF (Supremo Tribunal Federal) do momento dos ataques golpistas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último dia 8, mostram a Polícia Militar do Distrito Federal cedendo à passagem de manifestantes que invadiram a sede da corte e incapaz de repelir a depredação dos principais setores do prédio.

A invasão começou por volta das 15h30, com a segurança interna do Supremo tentando conter a multidão que entrou na Praça dos Três Poderes sem ser barrada. Muitos estavam com máscaras e luvas e ignoraram as bombas de gás e de pimenta lançados pela Polícia Judicial.

O prédio só foi retomado às 16h40, após a ajuda de reforços do COT (Comando de Operações Táticas), unidade tática de elite da Polícia Federal; e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) do DF.

Após a invasão do prédio principal, a segurança se concentrou em proteger o subsolo do Supremo e os prédios anexos, onde ficam os gabinetes dos ministros e outros setores administrativos do tribunal. Oito pessoas foram presas em flagrante na ocasião - uma delas vestida com uma das togas dos ministros.

Nos vídeos, é possível ver os golpistas usando a mangueira de incêndio do STF para destruir obras de artes e inundar o Plenário e os principais salões da corte. Uma das pinturas que são molhadas se chama "Os Bandeirantes de Ontem e de Hoje", do artista Masanori Uragami. A peça está em restauração.

Em uma das cenas, no salão de bustos, próximo à entrada do Plenário, um dos invasores exibe como um troféu a réplica roubada da Constituição de 1988.

No próprio plenário, os vídeos mostram a depredação dos assentos dos ministros, do público e do local onde acontecem os julgamentos. Pouco após a invasão, as câmeras internas do prédio são destruídas.