Sema não descarta abate de pombos no centro de Londrina
Medida é considerada ‘última alternativa’ pelo secretário Gilmar Domingues Pereira e depende de licença ambiental do Ibama
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Medida é considerada ‘última alternativa’ pelo secretário Gilmar Domingues Pereira e depende de licença ambiental do Ibama
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local

A infestação de pombos na área central de Londrina, especialmente no Bosque Municipal Marechal Cândido Rondon, está na mira da nova gestão da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente). Em entrevista à FOLHA, o secretário Gilmar Domingues Pereira explica que há medidas imediatas e outras que poderão ser tomadas como “última alternativa” para atender à demanda da população, que reclama da sujeira e do cheiro ruim.
A primeira ação será a poda das árvores e uma limpeza geral do bosque. Mas Pereira ressalta que a equipe técnica da pasta está buscando outras soluções para o problema - uma saída, considerada drástica, é o abate das aves.
“Não descartamos e já validei com o prefeito [Tiago Amaral] a busca de uma licença ambiental do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] para um possível abate. Essa será nossa última alternativa”, explica o secretário, que lembra que essa licença já foi concedida em 2011, mas nenhuma empresa especializada foi encontrada para prestar o serviço e a licitação resultou deserta. “Vamos buscar alternativas em outros estados e países. Há uma determinação do prefeito para que se resolva isso.”
O combate à superpopulação de pombos, porém, vem se mostrando um desafio enorme de solução no município. A prefeitura já realizou ações - principalmente no Bosque Central - de repelência pela iluminação e produto natural biológico; redução de árvores exóticas; podas de árvores para redução de pontos de pouso e ondas sonoras.
A última aposta da Sema, em 2024, foi um canhão de ar para tentar espantar as aves; com som alto e estritamente, além de não resolver a infestação, ainda foi um transtorno para frequentadores e moradores do entorno. Pereira descarta novos testes com o equipamento.
“Procuramos uma solução que seja ambientalmente correta, viável economicamente e que traga o que a população tem necessidade, que é comodidade, tranquilidade e conforto, além de voltar a frequentar o Bosque Central”, pontua.
ARTHUR THOMAS
Com investimento de R$ 4,3 milhões, a previsão é que a revitalização do Parque Municipal Arthur Thomas seja entregue à comunidade em maio. Apesar disso, a trilha principal, que desce até a usina hidrelétrica do ribeirão Cambé, inaugurada em 1939, não está contemplada no projeto.
Segundo o secretário, o intuito é fazer o projeto e captar recursos para fazer a revitalização integral do trajeto. “O projeto tem que estar pronto antes da entrega dessa obra”, frisa Pereira.
A prefeitura ainda deverá conceder à iniciativa privada uma área para instalação de um restaurante no interior do parque, no local onde já funcionou uma lanchonete. Contudo, ainda não há previsão de quando isso ocorrerá.
DAISAKU IKEDA
O Parque Ecológico Dr. Daisaku Ikeda, localizado a cerca de 12 quilômetros do centro de Londrina, também está no radar da nova gestão. A unidade de conservação ambiental está fechada desde 2016, quando foi destruída por uma forte chuva, e não tem previsão para voltar a receber visitantes.
Pereira explica que existe um projeto pronto e prevê que devem ser feitos estudos complementares. A retomada ou não da barragem é uma decisão que deverá ser tomada nessa discussão nessa etapa. “Estamos em conversa com assessores da Itaipu Binacional, que tem uma linha de crédito interessante - e algumas a fundo perdido”, sinaliza.
NOVA SEDE
O secretário adianta que a administração quer uma nova sede para a Secretaria Municipal do Ambiente, que permanecerá no Arthur Thomas. Existe um projeto arquitetônico, com custo estimado em cerca de R$ 8 milhões.
“É um compromisso dessa administração. Uma vez realizada a construção, vamos manter a primeira sede como um museu, um centro de educação ambiental”, projeta.
FISCALIZAÇÃO
Em meio ao desafio de fiscalizar a perturbação do sossego - em ruas como a Paranaguá, onde isso historicamente vem sendo um desafio para o poder público -, Pereira destaca que a pasta busca contratar pelo menos quatro novos fiscais, fechando uma equipe de dez profissionais - eram oito em 2024, mas um se aposentou e outro está em vias de se aposentar.
A ineficiência do poder público nesse ponto foi levantada por Pereira durante as discussões do Plano Diretor, quando ele ainda presidia o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina).
“Estamos pedindo para ampliar o número de fiscais e a compra de quatro decibelímetros. Mas na Paranaguá a fiscalização da Sema não vai conseguir atuar sozinha, estamos falando de Guarda Municipal, Polícia Militar… é uma Ação Integrada de Fiscalização Urbana”, reforça.

