Os secretários municipais de Obras, Otávio Gomes, e de Saúde, Vivian Feijó, fizeram uma vistoria nesta quarta-feira (5) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, na zona oeste de Londrina. Servidores fizeram uma manifestação pedindo melhores condições de trabalho e de atendimento à população nesta semana.

A empresa contratada no ano passado para fazer a reforma já solicitou à Prefeitura de Londrina a rescisão amigável do contrato, alegando que a ordem de serviço da obra ainda não foi emitida. Isso ainda não aconteceu porque a administração não tem um local adequado para receber temporariamente a estrutura da UPA - o antigo Mater Dei, da Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina), foi cogitado durante a gestão Belinati, mas o acordo acabou não se concretizando.

Feijó, em entrevista coletiva, ressaltou que a UPA do Sol é uma das unidades com maior demanda em Londrina, com cerca de 600 atendimentos diários.

“Essa UPA já tem um desgaste conhecido em sua estrutura. Nós tomamos ciência dos encaminhamentos, estou em transição, assumindo a secretaria agora, e isso tem sido tratado como uma prioridade na gestão do prefeito [Tiago Amaral], que é melhorar a condição de infraestrutura do atendimento da rede”, elencando o Caps (Centro de Atenção Psicossocial) III, no Alto da Boa Vista, como outra prioridade.

Uma das cobranças nas últimas semanas, por servidores e pacientes, foi devido à falta de climatizadores em meio às altas temperaturas de fevereiro, que ultrapassaram os 38° C. O contrato de locação de cinco equipamentos pequenos venceu em janeiro. Segundo Feijó, foi feita uma dispensa de licitação para repor esses cinco climatizadores, que se juntam a outros cinco equipamentos grandes que já estão na unidade. “Essa questão está resolvida”, frisou.

Questionada sobre o pedido de rescisão do contrato de reforma, a secretária disse que a solicitação está em fase de análise, mas já adiantou que o contrato não contempla as necessidades da UPA. “A licitação que foi feita contempla somente a fase de fundação, e existe uma necessidade muito maior. Hoje, se a gente quiser colocar ar-condicionado em todas as unidades, não temos condições. Tem janela quebrada, tem rachadura na parede, tem infiltração, tem uma condição bem precária”, ressaltou.

Com o fracasso na negociação do Mater Dei, uma solução pode ser alocar a unidade provisoriamente em um dos PAMs (Pronto Atendimento Municipais) em obras nas zonas norte, leste e sul, mas as construções não devem ficar prontas antes da metade do ano. “Não queremos desassistir a população”, reiterou.

O secretário de Obras também destacou que a licitação feita em 2024 servirá apenas para um reforço estrutural da UPA, que foi entregue em 2015 e, historicamente, tem dado dor de cabeça para pacientes e para o poder público.

“Analisando o contrato, não inclui, por exemplo, recompor o telhado que terá de ser removido ou a recomposição do piso de granilite. Não inclui no orçamento. Se pegar nas minúcias do contrato de manutenção, não é possível fazer obra de construção”, afirmou Gomes, que, após a vistoria, falou que uma situação de “insalubridade” para os trabalhadores da saúde e pacientes.

As falas dos secretários reforçam que o projeto de reforma precisa ser aprimorado. “A Secretaria de Saúde tem no corpo de profissionais uma arquiteta que vai fazer um levantamento completo, baseado nas demandas da saúde”, adiantou Gomes.

Enquanto não há uma definição sobre o destino da UPA do Sol, os londrinenses que dependem da unidade de saúde precisam lidar com a estrutura precária.

A vigilante Viviane Aparecida de Freitas, 47, que nesta quarta estava acompanhando a filha Ana Paula, 19, ressaltou que o poder público precisa olhar com carinho para a UPA. “Passou da hora de fazer uma reforma, de ampliar a estrutura, porque na parte física está bem precário, bem difícil”, disse.

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