Imagem ilustrativa da imagem Secretário admite dificuldade em contratar pediatras para o PAI
| Foto: Devanir Parra_CML

O tempo de espera para atendimento no PAI (Pronto Atendimento Infantil) foi tema de debate na sessão da Câmara Municipal de Londrina nesta terça-feira (12). Durante cerca de duas horas, o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, expôs os problemas enfrentados pela atual gestão para contratar médicos pediatras e foi sabatinado pelos vereadores. O pedido de esclarecimentos foi feito pela vereadora Mara Boca Aberta (Pros).

O secretário trouxe dados que mostram que a unidade de saúde tem realizado em média 400 atendimentos por dia. Só na semana entre os dias 28 de março e 3 abril foram 2.411 atendimentos no PAI. Segundo ele, o aumento neste mês ocorreu por conta de doenças respiratórias e sazonais com a mudança de tempo. Ainda segundo dados apresentados na Câmara, no pronto atendimento são 32 médicos se revezando em escalas e 23 nas demais UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

"Precisamos entender que o problema de pediatria não é exclusivo do serviço público. O PAI é taxado porque é um único local onde a gente consegue atender as crianças. Os hospitais também não conseguem manter a escala. Estamos garantindo o atendimento a todas as crianças. Não no tempo como gostaríamos, mas é o único local em que conseguimos manter atendimento pediátrico por profissionais habilitados, com estrutura física adequada, com retaguarda de internação e de exame, se necessário", justificou Machado.

CONTRATAÇÕES

O secretário ainda expôs a dificuldade de manter e atrair os profissionais pediatras. Segundo ele, no chamamento público de 2017 foram abertas 9 vagas, 5 médicos foram contratos e só 2 continuam. Em 2020, das 19 vagas, 16 pessoas foram contratadas e nenhuma continua. Já em 2021, 4 vagas foram abertas e três contratados, que permanecem na função. "O problema da pediatria não é exclusivo de Londrina e muitos preferem ir para clínicas particulares."

A vereadora Flávia Cabral (PTB) questionou Felippe Machado sobre como deixar um valor atrativo para contratar mais profissionais. "A questão não é só o valor. Não podemos inflacionar muito o sistema." O valor pago aos pediatras do PAI pela prefeitura pelo plantão de 6 horas é de R$ 800,00 e aos finais de semana R$ 850,00.

Já Mara Boca Aberta discordou dos números apresentados. "Pude comprovar tempo de espera de 8 a 9 horas. O PAI ficou lindo, mas o espaço de espera não comporta, muito apertado. As mães estão se aglomerando, crianças chorando e mamadeira azedando de tanto tempo de espera. Ontem (segunda-feira), chovendo, não tinha como ficar lá dentro. O sistema de som também é precário para chamar os pais. São muitos relatos", cobrou. O secretário negou problemas no sistema de som e disse que está adotando estratégias para oferecer alimentação com lanche, além da janta para crianças internadas.

CHAMAMENTO

Na sabatina, o secretário de Saúde disse que o município tem adotado medidas para contornar a crise. "Não faltam gestão e nem recursos, faltam médicos pediatras", respondeu. Como estratégia, Machado disse que foi aberto um novo chamamento para 1.920 horas médicas, o que é equivalente a 20 horas pediatras. Outra medida imediata será integrar à rede, de forma temporária e emergencial, uma equipe de médicos residentes em Medicina de Saúde e Comunidade.

O responsável pela pasta ainda informou que mandou um ofício à AML (Associação Médica de Londrina) com pedido de apoio para que os médicos da rede particular possam dar plantão no PAI. "São 225 pediatras cadastrados em Londrina, sendo 72 na rede pública, ou 30%. Se os outros 70% pudessem dar um plantão remunerado, resolveríamos problema da pediatria. Nós conseguiríamos minimizar esse problema."

Segundo a assessoria da AML, o ofício ainda não chegou à entidade, entretanto a presidente, Beatriz Tamura, confirmou que se reuniu com o secretário Na manhã desta terça-feira, que fez o pedido de apoio com o quadro associativo. "Usaremos nossos canais internos junto aos especialistas em pediatria, como já fizemos em outra solicitação da Secretaria Municipal de Saúde".

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