A Secretaria Municipal de Saúde apresentou uma estimativa orçamentária para enfrentamento do coronavírus na ordem de R$ 86 milhões em Londrina. O anúncio foi feito pelo secretário Felippe Machado na primeira sessão extraordinária da Câmara Municipal, nessa quarta-feira (8), convocada durante a quarentena para discutir três projetos de lei que tratam do tema. Outras autoridades da Saúde e presidentes de entidades participaram da sabatina de mais de quatro horas de duração por videoconferência. Entretanto, as matérias convocadas para debate de urgência sequer foram apreciadas pela Comissão de Justiça.

O governo municipal e a diretora do HU (Hospital Universitário), Vivian Feijó, elencaram medidas. A nova estrutura da maternidade do hospital será utilizada para pacientes da Covid-19. O município prevê a utilização de R$ 5,5 milhões para equipar os novos leitos e outros R$ 16,1 milhões para custeio. A entrega da unidade está prevista para segunda quinzena de abril.

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| Foto: CML/Imprensa/ Devanir Parra

Também no HU, a pasta prevê a construção de um hospital de campanha com outros 120 leitos ao custo de R$ 17,2 milhões. "Pensamos para esse anexo utilizar leitos de enfermarias clínicas e cirúrgica, para desafogar as principais demandas do hospital e facilitar a integralidade das ações dos leitos dentro do hospital", explicou Felippe Machado. Outros R$ 21 milhões serão empregados em leitos em outros hospitais da rede, conforme o secretário. A estimava é ampliar 84 leitos de enfermaria clínica e 131 de UTI na região.

Ainda no remanejamento do orçamento da saúde estão previstos investimentos para a compra de EPIs (equipamentos de proteção individual) de R$ 6,8 milhões; contratação de 541 novos profissionais temporários na Saúde por R$ 14,4 milhões e pagamento de horas extras dos atuais profissionais em R$ 10 milhões. Nos três casos o orçamento é para o período de quatro meses (tempo estimado da pandemia na região).

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| Foto: FOLHA ARTE

TRANSFERÊNCIA DA CÂMARA

O principal projeto em debate trata da transferência dos recursos de R$20 milhões do fundo reservado da reforma do prédio da Câmara para o caixa da prefeitura. Deste montante, o HU defende que R$ 5,7 milhões sejam repassados pela Casa para equipar a nova ala de 120 leitos. Em ofícios encaminhados à Câmara, o prefeito Marcelo Belinati (PP) quer aplicar 95% do dinheiro vindo do Legislativo na Saúde e Assistência Social, mas entidades como Acil (Associação Comercial de Londrina) defendem R$14 milhões para a economia.

A falta de foco da Câmara de Vereadores de Londrina com mais de 17 convidados na sessão extraordinária arrastou o debate até as 19h30, quando o presidente da Câmara, Ailton Nantes (PP), decidiu postergar para a quinta-feira (9) a votação.

Outra proposta do Executivo que foi debatida, mas não chegou a ser colocada em votação, foi o que trata da suspensão do repasse de 3% sobre o salário dos servidores municipais para o plano de saúde da Caapsml. O secretário de Fazenda, João Carlos Perez, disse que a suspensão no repasse não vai prejudicar os usuários do plano de saúde. "O plano hoje tem quase R$ 42 milhões no fundo. Nós temos que tomar medidas para reverter essa crise." O Conselho Administrativo da Caapsml protocolou, no último dia 1º, manifestação sugerindo que os vereadores apresentem uma emenda ao PL para que os R$ 18 milhões que deixarão de ser depositados no fundo do plano de saúde sejam devolvidos à entidade a partir de janeiro de 2021, de forma parcelada.

Também ficou de fora a discussão do projeto do Executivo que prevê R$ 2 milhões de investimento no fundo de crédito para fomentar linhas de créditos para micros e pequenos empresários e também a economia local.