A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cambé protocolou um projeto de lei que concede reposição salarial de 4,52% ao prefeito Conrado Scheller (DEM), o vice, Zezinho da Ração, e secretários municipais. A medida considera o percentual do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de janeiro a dezembro de 2020, o que está dentro da correção esperada para o período pesquisado. Aprovada em sessão extraordinária nesta terça-feira (20) em primeiro turno, a proposta foi apresentada no dia 8 de abril pelo presidente do Legislativo, Fernando dos Santos Lima (DEM), e Leonildo Aparecido Julião, que é o primeiro-secretário.

Se o reajuste for concedido, o salário de Scheller passaria de R$ 18.803,06 para R$ 19.652,95. Já o de Zezinho aumentaria de R$ 8.618,06 para R$ 9.007,59, o mesmo para os secretários, conforme consulta feita no Portal da Transparência da prefeitura. A medida terá impacto de 71.384,63 nas contas públicas neste ano e 72.473,99 para 2022. Os três integrantes da Comissão de Justiça da Câmara aprovaram por unanimidade o texto. Segundo a justificativa, "o aumento de despesas referentes à reposição dos subsídios tem adequação orçamentária e financeira com a Lei Orçamentária Anual".

Com a reposição, Conrado Scheller (DEM) ganharia mais do que Marcelo Belinati, prefeito de  Londrina
Com a reposição, Conrado Scheller (DEM) ganharia mais do que Marcelo Belinati, prefeito de Londrina | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A CCJ é composta pelos parlamentares Isaías Proença de Farias, Jefferson Guedes Pereira e Odair José Paviani. Em entrevista à FOLHA, o prefeito de Cambé disse que sabia da ideia da Mesa Diretora da Câmara em autorizar a mudança salarial. "É apenas a reposição da inflação. Está dentro da legalidade, e tudo que é legal também é correto", explicou.

Questionado se seria um ato moral, Scheller se defendeu. "Se for discutir meu salário, vamos ter que debater quanto ganha o Judiciário e outras categorias, por exemplo, e aí fazer outra reportagem. O projeto não é meu, é da Câmara. Acho que o meu salário é bom pela responsabilidade que tenho", ponderou.

MARINGÁ

Nesta terça (20), o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, anunciou que ele e o vice, Edson Scabora, não terão o reajuste permitido pela Constituição Federal. "Vivemos um momento de exceção. A pandemia tem prejudicado a economia, gerando desemprego e dificuldades para a população. Por isso, pelo Executivo, abrimos mão", disse em entrevista publicada no site oficial da administração maringaense.

Conrado Scheller não descartou adotar a mesma postura. "Posso pensar nisso. Nem sabia pra quanto iria meu salário. Isso não vai mudar minha vida porque sou concursado. Se deixar algumas pessoas felizes, podemos discutir", admitiu.

MAIOR QUE LONDRINA

Se a Câmara conceder a reposição, o prefeito de Cambé ganharia mais que o de Londrina, Marcelo Belinati (PP), que recebe R$ 19.183,63. Mesmo sem o benefício, o vice já ganha mais do que João Mendonça, que tem na conta R$ 7.193,84 todo final de mês. Os secretários cambeenses ganham menos do que londrinenses, que recebem R$ 11.357,00. Os números estão no Portal da Transparência da Prefeitura de Londrina.

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