Secretário- chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni.
Foto: Arnaldo Alves / ANPr.
Secretário- chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. Foto: Arnaldo Alves / ANPr. | Foto: ANpr

O ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil Valdir Rossoni (PSDB) virou réu na ação da Operação Quadro Negro, que apura desvios de mais de R$ 20 milhões de verbas públicas na construção de escolas sob responsabilidade da SEED (Secretaria Estadual de Educação) no governo Beto Richa (PSDB). A denúncia foi acatada no dia 9 de abril pelo juiz Luís Mauro Lindenmeyer Eche, da 1ª Vara da Fazenda Pública de União da Vitória (Sul).

Trata-se de uma ação civil pública por improbidade administrativa instaurada contra o tucano e outros quatro denunciados, incluindo o dono da empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais Ltda, Eduardo Lopes de Souza, que delatou o esquema, e o filho de Rossoni, Rodrigo Rossoni, ex-prefeito de Bituruna (Região Metropolitana de Curitiba).

O MP (Ministério Público) apura irregularidades e favorecimento no convênio firmado entre o município e o Estado do Paraná entre 2011 e 2012 via SEED com repasse de verbas públicas voltadas à reforma e ampliação da escola municipal Dr. Oscar Geyer.

MAIS QUADRO NEGRO

Rossoni é réu em outra ação civil pública por improbidade administrativa que tramita na 5ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba. Neste caso estão envolvidos o ex-governador Beto Richa, o deputado estadual Plauto Miró (DEM), o engenheiro civil Mauricio Fanini (preso em Curitiba) e outras oito pessoas. O ex-parlamentar também responde a processo na esfera criminal.

A ação é referente aos aditivos do contrato com a empresa Valor Construtora e autorizados pela administração pública que ocorreram entre 2012 e 2015 e envolvem os deputados que teriam negociado as fraudes.

DEFESA

O advogado José Cid Campêlo Filho, que defende Valdir Rossoni, informou que irá interpor recurso para o próprio juiz em primeiro grau chamado de embargos de declaração. "Ninguém dentro do processo disse que o Rossoni pediu ou recebeu propina, nem mesmo o delator e criminoso Eduardo Alves de Souza, que recebeu dinheiro e não fez diversas escolas, ainda que em Bituruna tenha construído todas elas."

Outro recurso será um agravo de instrumento para o TJ (Tribunal de Justiça). "Não existe prova nem vai haver, sobre vantagem indevida. Não se tem nenhuma dúvida de que a decisão vai ser modificada pelo próprio juiz ou pelo Tribunal."