Imagem ilustrativa da imagem Rony Alves chama vereador de 'oportunista' após pedido de cassação
| Foto: Marcos Zanutto



Os vereadores Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV) prestam depoimento na tarde desta sexta-feira (2), na sede do MP (Ministério Público), na conclusão das oitivas da operação ZR3, coordenado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os parlamentares são suspeitos de integrarem um grupo que cobrava propina para aprovação de mudanças de zoneamentos em Londrina.

Acompanhado do advogado Maurício Carneiro, o vereador Rony Alves (PTB) chegou por volta das 14h. Sabatinado pelos jornalistas, o parlamentar assegurou que vai esclarecer todas as dúvidas do MP. "Em três mandatos, nunca cometi um ato ilícito", garantiu.

Na saída do Gaeco, Rony atendeu a imprensa e defendeu que os projetos de alteração de zoneamento não apresentavam irregularidades. "Eu atendo a um empresário, centenas, milhares de empresários da cidade. Se você põe um ZR3 e o valor do terreno é um preço módico (reduzido), você vai atender o cidadão que pode pagar um preço módico. Se passa a ser um valor para a classe média, você atende o cidadão de qualquer forma. Ainda que seja para colocar ali um condomínio de mansões. É cidadão de Londrina, se pode pagar, não há porque o vereador não trabalhar em cima deste projeto", argumentou.



Rony ainda comentou a abertura de processo de cassação contra ele e Takahashi e criticou a postura do vereador Filipe Barros (PRB), que apresentou o pedido um dia após a operação do Gaeco. "Eu duvido que ele teve tempo para ler todas as peças do processo. Mais do que isso, ele só ouviu a parte do Ministério Público. Em nenhum momento, ele teve a grandeza de ouvir os vereadores com direito a ampla defesa. Isso é mais do que oportunismo", disparou.

Em entrevista ao Portal Bonde, Filipe Barros afirmou que os dois parlamentares que estão sendo investigados pelo Gaeco terão direito de defesa na CP (Comissão Processante). "Durante o processo, eles poderão alegar o que tiverem que alegar. Os dois sabem como funciona a comissão. O Rony Alves, inclusive, foi relator de uma CP. Esse é um direito constitucional deles. Em segundo lugar, a sociedade pede transparência. A denúncia do Ministério Público foi grave e, por isso, exigiu medidas cautelares."

Imagem ilustrativa da imagem Rony Alves chama vereador de 'oportunista' após pedido de cassação
| Foto: Marcos Zanutto


Já Takahashi - ex-presidente da Câmara Municipal de Londrina - chegou ao Gaeco um pouco mais tarde, por volta das 15h30, acompanhado de dois advogados.

O ex-chefe de gabinete de Alves, Evandir Duarte de Aquino, foi o segundo a chegar no Gaeco. Junto com o advogado João Maria Brandão, ele preferiu o silêncio. Aquino é acusado de intermediar a negociação entre Luís Guilherme Alho, empresário, e Júnior Zampar, dono de um loteamento na saída para Ibiporã.

A defesa de Aquino impetrou um habeas corpus no TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná), mas o recurso ainda não foi apreciado na 2ª Câmara Criminal. O advogado não quis revelar qual é o teor do pedido, mas deixou escapar que solicitou a revogação da tornozeleira eletrônica.

O empresário Luís Guilherme Alho chegou um pouco antes das 15h. Segundo o MP, ele foi flagrado nas interceptações telefônicas conversando com Rony e Evandir para "negociar" a alteração no zoneamento. (Colaborou Fernanda Circhia/Grupo Folha)