Curitiba - A polêmica em torno do projeto de lei do governo do Estado que autoriza a construção da usina hidrelétrica de Mauá se arrasta no Legislativo. Ontem, quando o deputado estadual Ademar Traiano (PSDB) começou a ler seu parecer sobre o projeto de lei, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o líder da base aliada, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), pediu mais prazo. Romanelli lembrou que as perguntas que o relator fez à Companhia Paranaense de Energia (Copel), sobre o projeto de lei, ainda não tinham chegado ao Legislativo. A Copel integra, com 51% de participação, o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, responsável pela obra.
O peemedebista prometeu que até o final da semana as respostas serão entregues e que a análise do projeto de lei pela CCJ poderia ficar para segunda-feira, quando o grupo de reúne de forma extraordinária para tentar limpar a pauta.
Traiano acatou o argumento de Romanelli, mas antecipou à imprensa que seu parecer ''dificilmente será modificado'' a partir das respostas da Copel. ''Como o tempo está se exaurindo e eu não quero ficar com essa pecha, vou colocar meu parecer em votação na CCJ na segunda-feira sem falta'', reforçou. Nos bastidores, Romanelli ainda estaria articulando um modo de ganhar a batalha, aparentemente já perdida para o governo do Estado.
O parecer de Traiano é semelhante ao do deputado estadual Reni Pereira (PSB), que já relatou o mesmo projeto de lei: como a obra da usina de Mauá já começou, mesmo sem autorização prévia do Legislativo, não haveria como a Casa agora apenas homologar um fato consumado. O parecer de Reni já tinha sido aprovado pela maioria dos membros da CCJ, mas Romanelli recorreu da decisão e um novo relator foi designado para analisar o assunto.