O governador Beto Richa, em entrevista na manhã desta sexta-feira (21), classificou a ação da Polícia Federal nos escritórios e estações de tratamento de água da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), ocorridas na quinta-feira (20) como "policialesca". A ação chamada "Operação Iguaçu – Água Grande" ocorreu em 17 municípios e na investigação de 30 diretores da companhia.

O chefe do Poder Executivo disse estranhar a ação em momento de eleições municipais e em meio a greve da Polícia Federal, iniciada em agosto deste ano. Ele também ponderou que existem, no estado, outros problemas mais sérios em que a PF poderia ajudar mesmo em um momento de greve, como o patrulhamento das fronteiras.

Durante a entrevista coletiva, Richa ainda destacou que a companhia vai entrar com ação na Justiça para reparar danos sofridos tanto pela emprega quanto pelos dirigentes durante a ação. Ele também disse que não há negligência no tratamento de água e esgoto no estado e disse que a empresa é a melhor em saneamento do Brasil e a "mais eficiente".

Ação – a Polícia Federal montou uma operação em 17 sedes da Sanepar. Além de Londrina e Curitiba, os agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas cidades de Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, Apucarana, Arapongas, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Matinhos, Santo Antonio da Platina, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória.

Trinta diretores-gerais e locais da Sanepar serão indiciados por diversos crimes, dentre eles estelionato, falsidade ideológica e crime ambiental. De acordo com a PF, a empresa, apesar de ser a responsável pelo tratamento de água e esgoto no estado, é a principal responsável, dentre 181 empresas investigadas, por lançar nos rios do estado o esgoto sem qualquer tratamento.

Sete pessoas foram presas em flagrante, sendo seis motoristas e o responsável pela Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Belém, em Curitiba. Todos foram encaminhados para a sede da Polícia Federal na capital, mas apenas o responsável pela estação de tratamento permanece detido na carceragem da PF.