Requião quer ocupar
lugar deixado por
Itamar no PMDB
O senador Roberto Requião está disposto a ocupar o espaço político deixado com a desfiliação do governador de Minas Gerais, ex-presidente Itamar Franco, e tornar-se a principal liderança da ala do PMDB que faz oposição ao governo federal. ‘‘(A saída de Itamar) pode me abrir um espaço nacional interessante’’, declarou, ao fazer um balanço sobre a sua viagem a Tocantins.
Requião foi a Palmas, na última segunda-feira, buscar apoio político dos peemedebistas locais para a convocação de uma convenção nacional extraordinária, para o PMDB discutir mais uma vez se mantém ou não mantém o seu apoio ao governo de Fernando Henrique. O senador precisa de nove assinaturas para a autoconvocação. A de Tocantins seria a última, se o partido no Acre não tivesse recuado e retirado apoio na última hora.
Requião está agindo com cautela. Quando questionado sobre se o espaço de Itamar que pretende ocupar tem como segundas intenções a sucessão presidencial de 2002, o senador do Paraná deixa a questão em aberto. ‘‘Necessariamente não quer dizer que trabalho para concorrer’’, ressaltou.
Antes de partir a campo e fazer viagens pelo Brasil em busca da convenção nacional do PMDB, Requião deu tempo para a desfiliação de Itamar se consumar. Quando o governador de Minas anunciou sua saída do PMDB, Requião estava na Europa. Soube a distância que a ala rebelde do PMDB perdeu a sua principal estrela.
Dentre os que restaram – Orestes Quércia, Paes de Andrade e Dona Íris Resende (a mulher do senador Íris Resende) – Requião é um nome com fortes condições políticas de herdar o legado de Itamar Franco. Todos estiveram em Londrina no ano passado durante um encontro nacional do partido promovido pelo senador. Na ocasião, foi tirado um documento pedindo a ruptura do partido com FHC.(L.D.)