Relembre como foi a invasão do Capitólio, nos EUA
Ação de apoiadores de Bolsonaro neste domingo, em Brasília, guarda semelhanças com evento ocorrido nos Estados Unidos
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domingo, 08 de janeiro de 2023
Ação de apoiadores de Bolsonaro neste domingo, em Brasília, guarda semelhanças com evento ocorrido nos Estados Unidos
Folhapress

São Paulo - A ação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (8) em Brasília, que culminou com a invasão de áreas de Congresso Nacional, guarda semelhanças com um evento ocorrido nos Estados Unidos e que, coincidentemente, completou dois anos nesta semana.
Em 6 de janeiro de 2021, insuflados pelo então presidente Donald Trump, que discursou em Washington, manifestantes invadiram o prédio do Legislativo americano, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020 -o republicano e seus seguidores sustentam até hoje o discurso mentiroso de que o pleito foi fraudado.
O maior ataque recente à democracia americana foi classificado por muitos como uma tentativa de golpe de Estado e se tornou alvo de uma série de investigações, do Departamento de Justiça, do FBI e do próprio Congresso.
Desde então, a polícia federal americana prendeu mais de 950 pessoas -a investigação é considerada a maior da história do órgão-, tendo aberto processos contra 940, segundo o Programa sobre Extremismo, grupo da Universidade George Washington. Mais da metade dos réus, 482, confessou a culpa, e outros 44 foram assim considerados pela Justiça.
A sentença mais longa até aqui foi dada a um ex-militar e policial aposentado de Nova York, Thomas Webster, 56, condenado em setembro a pouco mais de dez anos de prisão -por, entre outras coisas, ter agredido um policial com o mastro de uma bandeira e tê-lo enforcado ao tentar retirar seu capacete e a máscara de gás. A agressão foi registrada pela câmera corporal do agente e por outros manifestantes.
No 6 de Janeiro, a estratégia era convencer parlamentares a invalidar parte dos resultados da eleição. O então presidente considerou que poderia reverter a derrota caso conseguisse que congressistas mudassem os números de alguns locais -manobra inviável na Câmara- e pressionou seu vice, Mike Pence, que comandaria a sessão, a recusar dados enviados pelos estados (o que ele se negou a fazer).
Trump naquele dia fez um comício para questionar o resultado do voto popular e exortou seus apoiadores a lutar, sem pedir explicitamente que invadissem o Congresso. Em seguida, recolheu-se e permaneceu quieto durante a invasão, por mais de duas horas, apesar de apelos para que fizesse algo.
Mensagens de Meadows já divulgadas mostraram que vários aliados foram ignorados. "Ele [Trump] tem de condenar essa merda rapidamente", escreveu Donald Trump Jr., filho do então presidente, para o então chefe de gabinete, que respondeu: "Estou pressionando firme. Concordo". Trump Jr. insistiu: "Precisamos de um discurso no Salão Oval. Ele tem que tomar a frente agora. Isso foi longe demais e saiu do controle".
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