Relator propõe prorrogação de CPI até junho
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2000
Agência Estado
De Brasília
O relator da CPI Nacional do Narcotráfico, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse ontem que vai sugerir a prorrogação dos trabalhos da comissão até o final de junho. O parlamentar disse que não pretende fechar o relatório final até que sejam analisadas todas as 350 quebras de sigilo. O presidente da CPI, deputado Magno Malta (PTB-ES), disse recentemente que só 30% da documentação seria analisada até o fim dos trabalhos, em março.
Torgan pretende encerrar os trabalhos da CPI só depois que a documentação for analisada. O parlamentar disse que há um atraso dos órgãos públicos no envio de dados e esta é a principal causa do pedido de prorrogação.
Dos 350 pedidos de quebra de sigilos requeridos, a CPI só tinha recebido 100 bancários, 50 fiscais e 35 telefônicos, segundo o deputado. Enquanto não for analisada pelo menos 80% de toda esta documentação não vamos terminar a CPI, declarou o relator.
Os parlamentares da CPI têm conversado com técnicos do Banco Central, da Receita Federal e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), órgãos que estão apresentando as informações e prestando assessoria, para tentar acelerar a análise da documentação.
Moroni disse que a prorrogação dos trabalhos depende de decisão dos parlamentares da CPI. Posteriormente a decisão tem que ser votada pelo plenário da Câmara, em forma de projeto de resolução. Ontem, Torgan recebeu a visita do presidente da organização Inter-American Dialog (não-governamental), que tenta maior aproximação dos governos do Brasil e dos Estados Unidos na investigação do crime organizado, segundo o parlamentar.