Reformas e combate à corrupção, bandeiras de Alvaro para o Senado
O senador do Podemos esteve em Londrina neste sábado (10) para oficialização do apoio de Marcelo Belinati a sua reeleição
PUBLICAÇÃO
sábado, 10 de setembro de 2022
O senador do Podemos esteve em Londrina neste sábado (10) para oficialização do apoio de Marcelo Belinati a sua reeleição
Simoni Saris - Grupo Folha
O senador Alvaro Dias (Podemos), candidato à única vaga ao Senado pelo Paraná nas eleições de outubro, tenta conquistar os eleitores do Norte do Estado reforçando a ideia de que foi na região que ele construiu a sua carreira política, exaltando suas obras e feitos, mas sem deixar de destacar a promessa de trabalhar pelo “combate à corrupção e aos privilégios”. A 21 dias do pleito, reta final da campanha, o candidato usa de indiretas para atacar o ex-aliado e hoje seu principal oponente, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), que nas recentes pesquisas de intenção de voto aparece empatado tecnicamente com Alvaro, com ligeira vantagem para o senador.
Durante a pandemia de Covid-19, Alvaro Dias foi alvo de críticas por resistir a fazer oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, em suas falas, tenta apagar possíveis arranhões que o posicionamento político tenha provocado em sua imagem perante os eleitores. “Enquanto o país se envolvia em uma pandemia, aqueles que queriam que nós fizéssemos oposição não tiveram o nosso sim, tiveram o nosso não. Porque quando nos defrontamos com a pandemia, o que prevaleceu para nós foi o espírito de solidariedade e o espírito de contribuição para minimizar o drama vivido pelos brasileiros”, disse o senador. “Eu não fiz oposição nos últimos anos e há os que dizem que eu saí da mídia. Eu realmente saí da mídia por opção.”
O senador esteve em Londrina neste sábado (10) para participar do evento no qual o prefeito Marcelo Belinati (PP) oficializou seu apoio à reeleição do parlamentar. Em seu discurso, o candidato mencionou o atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), com quem nunca compartilhou a mesma legenda política, como exemplo da importância de se deixar para trás as diferenças para que haja uma convergência em torno do que "realmente é fundamental" para a nação, citando a “democracia, a liberdade e a Justiça”.
Entre suas propostas de campanha, Alvaro Dias defendeu a discussão e aprovação das reformas, o combate ao “privilégio das autoridades” e a busca por um projeto estratégico de desenvolvimento econômico e social para o país com o objetivo de elevar os índices de produtividade e aumentar a capacidade de investimento. “Temos que retirar a sociedade brasileira dessa armadilha que os economistas chamam de renda média e eu prefiro chamar de armadilha da pobreza.”
NEUTRALIDADE
Sem criticar o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, mas também sem fazer afagos a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dois principais concorrentes na disputa presidencial em 2022, Alvaro Dias preferiu manter-se neutro. “Se é mais confortável fazer oposição, certamente será mais produtivo fazer a caminhada da construção. Seja quem for o presidente da República, nós estaremos lá para contribuir com um projeto de reconstrução nacional e reformas, estabelecendo essa relação próxima com o Paraná e os prefeitos, com quem tenho tentado trabalhar e legislar.”
Antes do início da solenidade, questionado sobre suas divergências com Sergio Moro, Dias optou pela polidez. “Os meus concorrentes, eu deixo por conta da população. O eleitor é soberano e vai julgar. Eu não julgo os meus concorrentes, coloco todos no mesmo patamar, não distingo um dos outros e não vou desqualificar ninguém para vencer”, comentou.
Ao falar para o público que acompanhava o evento, no entanto, ele mudou o tom e mandou indiretas ao seu maior oponente. Repetindo o lema de sua campanha que exalta os “pés sujos de barro, mas as mãos limpas”, Dias disse que há “aqueles que nem chegaram e já chafurdam no lamaçal da imoralidade”, declarou o senador. “Já estão sujos antes de chegar. Sujos pela traição, pela ingratidão e sujos pela corrupção também porque aqueles que ao invés de fazer opção pela ideia, pela causa, pelo ideal, fazem opção pelo caixa e correm atrás do dinheiro”.
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