Reforma do Museu de Arte é orçada em R$ 1,750 milhão
Uma empresa pediu impugnação do edital. Secretaria de Cultura vai se manifestar sobre o pedido
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quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Uma empresa pediu impugnação do edital. Secretaria de Cultura vai se manifestar sobre o pedido
Douglas Kuspiosz - Reportagem Local
De portas fechadas desde 2019, o MAL (Museu de Arte de Londrina) está mais perto de voltar a receber visitantes. A Prefeitura de Londrina publicou em novembro o edital para reformar o espaço, que foi tombado em 2021 como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O valor estimado para a finalização da restauração do imóvel é de até R$ 1.750.935,15 e a licitação prevê a contratação por menor preço. A previsão é que as obras durem sete meses (210 dias) após o recebimento da ordem de serviço pela empresa contratada. Os envelopes de propostas serão abertos no dia 23 de dezembro.
O prédio, entregue à comunidade em 1952, foi a quarta rodoviária de Londrina, tendo sido projetada pelos arquitetos Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. O Museu abriu em 1993, com a escultura "A Eterna Primavera", de Auguste Rodin, na exposição inaugural.
A revitalização do edifício começou em 2019, com investimento de R$ 1,2 milhão. A obra foi entregue em 2020, mas o londrinense não teve mais acesso ao equipamento cultural, que permanece de portas fechadas desde então.
A presidente do Compac (Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Londrina), Vanda de Moraes, afirma que o órgão acompanha a obra de restauro do MAL desde o início e conclusão da primeira etapa do projeto, feito com recursos próprios.
"Após esta conclusão, [o Compac] também acompanhou os esforços da Secretaria Municipal de Cultura/Diretoria de Patrimônio Histórico na viabilização de recursos para a conclusão do referido projeto. Em nosso último pedido de informações, recebemos a confirmação do encaminhamento do processo licitatório que acaba ser publicado", pontua Moraes. "É um equipamento essencial para a arte e cultura londrinense."
IMPUGNAÇÃO
O último movimento no processo licitatório foi o pedido de impugnação protocolado por uma empresa. É questionado um item do edital que exige das empreiteiras atestado de capacidade técnica em execução de “restauro ou de reforma de edificação de reconhecido valor histórico [...], com área construída mínima de 700 m²”.
“Não há que se pedir que seja de área tombada com valor histórico, pois os serviços a serem contratados não exigem técnica específica nenhuma, são serviços comuns de reforma”, argumenta a empresa, que entende que a exigência "cria uma barreira desnecessária à competitividade".
O pedido de impugnação foi direcionado para a Secretaria Municipal de Cultura que, conforme apurou a reportagem, deve se manifestar ainda nesta semana.