Deputado Felipe Francischini (PSL-PR) garantiu que análise da PEC da Previdência começa nesta segunda (15) na CCJ da Câmara
Deputado Felipe Francischini (PSL-PR) garantiu que análise da PEC da Previdência começa nesta segunda (15) na CCJ da Câmara | Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Curitiba - O presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Cidadania) da Câmara dos Deputados, Felipe Francischini (PSL-PR), disse nessa sexta-feira (12), em coletiva de imprensa em Curitiba, que a reforma da Previdência é a prioridade na pauta da próxima semana. Ao contrário do que chegou a ser ventilado, ele garantiu que não fará a inversão nas discussões da reunião de segunda-feira (15).

Membros do chamado centrão, que reúne legendas como PP, PR, DEM, PRB, PODE e Solidariedade, defendem que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Orçamento Impositivo, obrigando o governo federal a executar as emendas parlamentares previstas, seja analisada primeiro. "As duas PECs vão estar na pauta, no entanto, o item número um é a reforma da Previdência", afirmou Francischini. Ele conversou com a imprensa na AL (Assembleia Legislativa) do Paraná, onde seu pai, Delegado Francischini (PSL-PR), exerce mandato.

O deputado contou que falou com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com membros da equipe econômica da administração Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Segundo ele, a avaliação é de que o Orçamento Impositivo, apesar de importante e de ser "consenso", pode ficar para a sequência. "Outras matérias chegaram na CCJ e também serão votadas depois, como a reforma tributária", adiantou.

A expectativa é de que, entre sábado e domingo, os líderes se reúnam e voltem a debater a questão. "Todos os que eu conversei e mais o presidente [da Casa] Rodrigo Maia (DEM-RJ) vão no final de semana provocar reuniões. A minha ideia é que seja o mais ágil possível. Numa conjuntura de instabilidade política, é difícil estabelecer cronograma e prazos. Mas acredito que com esforço conjunto do governo e dos partidos do centro podemos aprovar já na semana que vem".

Na segunda, após dez oradores se inscreverem, poderá ser apresentado pedido de encerramento de discussão. Francischini prevê, porém, que todos queiram discursar, o que significaria mais de 20 horas de debate.

Sobre a decisão de manter a ordem de análise, o parlamentar disse se basear em aspectos regimentais. "Claro que qualquer deputado pode apresentar uma inversão durante a sessão de segunda. No entanto, vai ser uma questão decidida entre os partidos no final de semana, até a hora da reunião. Volto a afirmar que a pauta hoje do Brasil e a minha enquanto presidente da comissão é a Previdência".

ARTICULAÇÃO DEMORADA

Questionado se o governo demorou para se articular com a Câmara, ele respondeu que sim, porém, que isso é um processo natural. "O presidente Bolsonaro se elegeu de forma atípica, com apenas dois partidos que o apoiavam – o PSL e o PRTB, do vice Hamilton Mourão. No histórico brasileiro, o presidente sempre tinha dez partidos ao seu lado. O processo era mais fácil porque a base de apoio vinha da coalizão", justificou.

"Agora está havendo grande esforço para compor essa base (...) Estão fazendo um trabalho de corpo a corpo, conversando individualmente com cada deputado, primeiramente com os membros da CCJ", completou.