Curitiba - O governador Ratinho Junior consolidou o PSD como o partido com a maior força política do Paraná ao filiar mais seis deputados estaduais à sigla, durante evento realizado na sexta-feira (25) em Curitiba. Entram na legenda o presidente da Assembleia Legislativa, ex-tucano Ademar Traiano, e toda a bancada do PSB na Casa, composta por Alexandre Curi, Artagão Junior, Jonas Guimarães, Luiz Cláudio Romanelli e Tiago Amaral. Neste sábado (26), está marcada ainda a filiação do deputado Paulo Litro, que está deixando o PSDB. Na última semana, Gugu Bueno, ex-PL, já havia entrado no partido.

Imagem ilustrativa da imagem Ratinho Jr. turbina PSD para tentar fortalecer corrida por reeleição
| Foto: Jonathan Campos/Divulgação

“Esse é um dia muito importante para o nosso partido, para o PSD, tanto aqui no Estado como nacionalmente. O PSD já tem uma bancada importante na Assembleia Legislativa, já tem uma bancada federal muito atuante em Brasília, e a vinda dos deputados que estão aqui hoje, que são lideranças importantes e consolidadas há muito tempo”, disse Ratinho Junior.

Com as filiações, a bancada do PSD no Legislativo estadual passa a ser a maior, saltando de quatro para 12 parlamentares. Os novos filiados se juntam aos deputados Cobra Repórter, Francisco Buhrer, Hussein Bakri e Mauro Moraes.

O governador, que colocará seu nome à reeleição, aposta no reforço político para barrar qualquer investida de adversários. Por enquanto, ele tem quatro concorrentes como pré-candidatos: o ex-governador Roberto Requião (PT), o ex-deputado Cesar Silvestri (PSDB) e o deputado federal Filipe Barros (União Brasil).

“Toda eleição tem que ser trabalhada de forma constante. Claro que esse reforço político é muito importante, é uma demonstração de que estamos no caminho certo. Mas temos que trabalhar no dia a dia, temos um prazo de cinco meses até as eleições, ainda temos muito a apresentar para sociedade”, ressaltou.

Já haviam assinado a ficha de filiação ao PSD os deputados federais Luisa Canziani (ex-PTB), Leandre Dal Ponte (ex-PV) e Luiz Nishimori (ex-PL),

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APOIA QUEM?

Ratinho Junior voltou a sair pela tangente ao ser questionado em entrevista coletiva sobre a definição de quem irá apoiar para a presidência da República em outubro. “Primeiro, temos que aguardar uma definição nacional. Estamos vendo um esforço do presidente (do PSD) Gilberto Kassab em construir uma candidatura, até porque qualquer partido tem o direito e o dever de ter uma candidatura, não só a presidente, mas a governador e a prefeito. A democracia funciona desta forma, apresentando lideranças e debatendo. O PSD, por ser um dos maiores partidos do Brasil, tem buscado boas alternativas”, explicou.

O governador reforçou a boa relação com Bolsonaro, mas não cravou o apoio. O PSD, partido de Ratinho Junior, não descarta fazer aliança em nível nacional com a chapa de Lula. “Todo mundo sabe da minha boa relação com o presidente Bolsonaro, temos um bom trabalho, uma boa parceria e obviamente lá na frente será analisado tudo isso”, finalizou.

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Os deputados pessebistas estão deixando a legenda por medo de uma federação do PSB com o Partido dos Trabalhadores, de Luiz Inácio Lula da Silva, que impediria o apoio à reeleição de Ratinho Junior, já que o candidato do PT é Roberto Requião, filiado no último dia 18 de março.

Imagem ilustrativa da imagem Ratinho Jr. turbina PSD para tentar fortalecer corrida por reeleição
| Foto: Jonathan Campos/Divulgação

O londrinense Tiago Amaral disse que pensava na saída do PSB desde a morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, em 2014, quando a sigla começou a divergir das suas ideias. “A verdade é que eu sempre segui os caminhos do Eduardo Campos. Após a sua morte inesperada, que abalou a todos no Brasil, o partido tomou alguns caminhos muito diferentes daquilo que eu acreditava que de fato eram as vontades e o entendimento político do próprio Eduardo Campos. Isso começou a dificultar a minha permanência no partido”, destacou.

“O PSB não tinha um posicionamento decidido, formal, nem em nível estadual e nem federal. Nós tínhamos dois deputados federais em uma disputa interna e a possibilidade de filiação do Requião. Isso fez com que a bancada avançasse nas suas conversações, o que culminou com o convite do governador”, afirmou Artagão Junior.

Luiz Claudio Romanelli foi outro que citou que o acordo para apoiar Ratinho Junior, com o aval do diretório nacional do PSB, foi quebrado. No entanto, diferente dos demais parlamentares, garantiu que não tem nada contra a eleição de Lula e que a saída do partido teria sido estritamente por problemas regionais.

“Sempre fui favorável que o PSB nacionalmente fizesse a coligação com o ex-presidente Lula ainda no primeiro turno, que trouxesse o governador Alckmin para o PSB, porém a nossa divergência é no plano estadual. A questão nacional não tem nenhum problema, a saída do PSB é exclusivamente por problemas locais”, reforçou.

No PSDB, o presidente da AL, Ademar Traiano, revelou que também pensava na saída do seu partido há algum tempo. “A escolha, na verdade, não é de agora. Eu fui o dissidente do PSDB ainda quando o Ratinho era pré-candidato a governador, eu o acompanhei no projeto político, lá no começo, tive problemas internos dentro do PSDB e, portanto, acreditando no projeto de governo, no que ele vem fazendo no Paraná, tomei a decisão agora porque era o momento oportuno”, ressaltou. (F.A.)

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