No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu apoio de mais seis governadores (leia mais abaixo), o governador reeleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), reafirmou seu "alinhamento total" com o aliado e candidato à reeleição. O anúncio foi feito em entrevista à rádio CBN para todo o país nesta quinta-feira (6).

O titular do Palácio Iguaçu sugeriu que a campanha de Bolsonaro precisa melhorar a comunicação para vencer o segundo turno. "Primeiro, pode ter havido um erro de comunicação de mostrar tudo isso que está acontecendo de positivo para a população. São obras que estavam paradas e que estão sendo entregues. Segundo ponto é que houve uma pandemia que parou o mundo e não dá para tapar os olhos e que foi difícil para todos os gestores, além de uma guerra atrapalhando o mundo todo, mas, mesmo assim, o país foi bem. Os programas sociais apareceram de forma mais volumosa do que no passado e as obras voltaram a ser entregues. Além disso, a inflação já está muito próxima de antes da pandemia, se comparado com o mundo todo", elencou Ratinho Jr. após ser questionado sobre o porquê de Bolsonaro ter ficado em segundo lugar no primeiro turno, com 43,20% dos votos válidos, mesmo com tantos feitos econômicos, que segundo o governador paranaense, ocorreram no país.

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No Paraná, o presidente obteve no primeiro turno 55,26% dos votos válidos, contra 35,99% do ex-presidente Lula (PT). Para Ratinho Jr, o Estado tem visto resultados de investimento, como a construção da segunda ponte entre Brasil e Paraguai. "Estamos vendo a construção da estrada da Boiadeira. Estamos batendo recordes de empregos no Paraná. Temos uma taxa de 6%, de pleno emprego. A balança comercial está positiva e mostra o bom momento. O agronegócio recuperando, após longo período de estiagem."

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PSD

Questionado sobre o posicionamento do presidente do PSD, Gilberto Kassab, que liberou os membros do partido sobre apoio no segundo turno, Ratinho Jr. classificou a medida como "decisão inteligente". "Na sua grande maioria, a tendência é migrar este apoio ao Bolsonaro. Temos questões regionais e vejo como natural, como na Bahia. Kassab já liberou o partido no primeiro turno. O Paraná tem tendência histórica de ser mais conservador, de partidos centro-direita. Você não pode impor a realidade do Pará no Paraná", disse o governador, mencionando o estado onde o governador Helder Barbalhoi foi reeleito em primeiro turno e apoia Lula.

Ainda sobre a postura de Bolsonaro em relação à gestão da pandemia, o governador paranaense disse que divide a avaliação de duas maneiras. "O posicionamento pessoal de Bolsonaro em relação às máscaras, isso foi um erro, na minha avaliação. Mas, como governador não posso dizer que faltou dinheiro, nem recurso (federal) para fazer compra de equipamentos. Tivemos apoio total do Ministério da Saúde para ampliar leitos SUS. O governo federal enviou os recursos, mas alguns estados não fizeram boa gerência", disse.

Ao ser questionado na entrevista sobre o futuro político e uma eventual candidatura à Presidência, Ratinho Jr. afirmou que seu foco é no mandato de governador. "Todo homem público ou governador que tentou fazer isso antes da sua própria reeleição se deu mal. Não é meu perfil. Meu grande sonho é ser um bom governador e isso eu realizei. Quero entregar um bom governo a nossa população." Entretanto, o governador ressaltou que qualquer gestor bem avaliado do Paraná, se fizer um bom mandato, passa a ser uma "figura dentro do tabuleiro". "Quero colaborar com o Brasil e entregar um bom mandato para o Paraná, que é o que nossa população merece".

Bolsonaro recebe apoio de 6 governadores e fala em disputar 2º turno com "competitividade"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu nesta quinta-feira (6) o apoio de seis governadores. Desses, quatro foram reeleitos e outros dois disputam o segundo turno. Ao todo, 11 governadores já declararam apoio ao mandatário. Estiveram com o chefe do Executivo no Palácio da Alvorada os gestores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), do Acre, Gladson Cameli (PP), de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), de Roraima, Antonio Denarium (PP), e do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).

Apenas Caiado não havia apoiado Bolsonaro no primeiro turno. Ele e o mandatário sempre foram próximos, mas se afastaram durante a pandemia da Covid-19 por discordâncias relativas às medidas sanitárias para evitar o alastramento da doença.

Além disso, há casos como o de Rondônia, onde o presidente também conta com o apoio do senador Marcos Rogério (PL), que disputa o segundo turno contra o atual chefe do Executivo local, Marcos Rocha. O outro governador que está no segundo turno é Wilson Lima, que enfrentará o senador Eduardo Braga (MDB).

"O momento é de certeza de que nós disputaremos a reeleição com muita competitividade. O que nós não queremos é um retrocesso, é o retorno à política que deu errado lá atrás. O terreno está pavimentado, o Brasil vai muito bem na questão da economia", disse Bolsonaro.

Nos últimos dias, o presidente também recebeu o apoio dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), do Paraná, Ratinho Jr (PSD), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF).

Nesta quinta-feira, Caiado disse que é um "homem de formação democrática" igual Bolsonaro e que exaltou as realizações feitas por seu governo ao lado do Executivo federal.

"Em nome do povo goiano, eu venho aqui trazer e declarar apoio à reeleição de vossa excelência por motivos claros. Primeiro, graças à parceria que nós fizemos", disse.

Caiado afirmou que Bolsonaro fez mais votos que ele no primeiro turno e que ampliará ainda mais a votação no segundo turno. (Matheus Teixeira/Folhapress)

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