Em Londrina nesta sexta-feira (24) para uma agenda de inauguração de obras, o governador Ratinho Junior (PSD) comentou em coletiva de imprensa como andam as tratativas com a gestão federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para definir o modelo de pedágio do Paraná. Segundo ele, conforme o andamento das conversas com o Ministério dos Transportes, deve haver uma decisão em abril.
Durante este mês, o Palácio Iguaçu passou a deixar mais evidente que tem pressa em bater o martelo quanto ao modelo a ser explorado pelas empresas vencedoras da concorrência. O líder do governo na Assembleia Legislativa, Hussein Bakri (PSD), chegou a afirmar há duas semanas que a “data limite” de Ratinho Junior para resolver a questão seria o fim de março.
“A gente está muito próximo. Todas as demandas que o Paraná exigiu já estão quase que apaziguadas. Essa semana teve uma reunião da bancada dos deputados federais com o ministro [dos Transportes, Renan Filho]. O relato que eu tive dos parlamentares diz que foi uma reunião muito produtiva, o ministro elogiou o projeto do Paraná. Vamos esperar que, com esse retorno do presidente da República da viagem para a China e, o ministro se posicionando, a gente possa avançar”, declarou o governador.
Ratinho voltou a reforçar que, em relação ao formato de concessão, sua gestão defende diretrizes estabelecidas em conjunto com a administração anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Da parte do governo do Estado, nós estamos prontos há quase um ano. Deixamos muito claro o modelo que queremos: na Bolsa de Valores, com menor preço e com obras. Nós não queremos um modelo de concessão que não tenha obras.”

Ajuste na data-base

O índice de reajuste da data-base dos servidores públicos do Paraná está previsto para ser anunciado em meados de abril, informou Ratinho Jr.. Há pressão de categorias como a dos professores da rede estadual para que a defasagem salarial acumulada em anos anteriores também seja colocada na mesa de negociação, mas ele não adiantou qual será o percentual concedido.
“Cada 1% representa R$ 350 milhões na folha [de pagamento] por ano. Estamos agora fazendo ajustes que possam dar um retorno para os servidores e ao mesmo tempo não descontrolem nosso caixa.”

Caso Moro

O governador ainda abordou o caso revelado nesta semana de um plano do PCC para atacar o senador paranaense Sergio Moro (União Brasil). Ratinho Jr. mencionou que já estava a par das ameaças antes de ser deflagrada a Operação Sequaz, da Polícia Federal.
“Eu já tinha conversado com ele há mais de 60 dias sobre esse caso. Colocamos a Secretaria de Segurança Pública e o aparato da Polícia Militar e da Polícia Civil para, junto com a Polícia Federal, colaborar com a segurança familiar do senador”, afirmou.
“A gente espera que, com essa operação, tenham desdobramentos e, de uma vez por todas, a Justiça possa punir esse tipo de crime que vem acontecendo, porque o Brasil não pode admitir essa audácia dos criminosos”, acrescentou.
Questionado sobre ações do governo estadual contra facções organizadas, ele contou que há “combate firme com inteligência”, salientando a atuação de forças de seguranças nas áreas de fronteira com o Paraguai e na divisa com o Mato Grosso do Sul.

Pauta da Comissão de Infraestrutura, viaduto da PUC sai do papel

Demanda reivindicada pela Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura do Norte do Paraná — da qual o Grupo Folha de Comunicação faz parte —, o viaduto sobre a BR-369, nas imediações do campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC), região oeste, começou a se tornar realidade nesta sexta-feira (24). Em sua visita a Londrina, o governador autorizou o início das obras no local, em um investimento de R$ 28 milhões.
Imagem ilustrativa da imagem Ratinho Jr. diz que questão do pedágio está “quase apaziguada”
| Foto: Vivian Honorato/N.com
“Esse é o mesmo modelo do viaduto da Bratislava, onde a empresa faz o projeto e a obra. Isso ajuda a dar mais velocidade no processo de licitação”, assegurou Ratinho Junior (PSD). Ele também destacou o papel da comissão para a obra se tornar realidade. “Londrina tem uma ‘equipe’ da sociedade civil organizada que se junta para planejar a cidade junto com a prefeitura.”
“Esse era um desejo de mais de 20, 30 anos da cidade de Londrina para melhorar o trânsito, a integração com Cambé e também diminuir acidentes”, analisou o governador. Ele calculou que os trabalhos devem ser concluídos em um período de 24 a 28 meses

Sede do Samu

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default | Foto: Conrado Age/AEN
Ainda nesta sexta-feira, as autoridades estaduais e municipais inauguraram a sede regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), na Avenida Dez de Dezembro. Bancada em sua maior parte pelo estado e executada por uma empresa licitada pela Prefeitura de Londrina, a construção custou cerca de R$ 4,5 milhões e estava inicialmente prevista para ser entregue em meados de 2021, mas passou por uma série de aditivos de prazo e valor.
A unidade também conta com um heliponto para o serviço aeromédico e passará a concentrar todas as atividades pertinentes ao órgão, atendendo pacientes de Londrina e dezenas de cidades da região. “Essa é uma obra que tem um simbolismo muito forte. Demonstra que é possível conseguirmos rapidez para atender os pacientes e, principalmente, que eles sejam destinados para o recurso que é compatível com seu quadro clínico. Vamos investir pesado na macrorregionalização”, prometeu o secretário de Saúde do Paraná, César Neves.
Além disso, a comitiva do Palácio Iguaçu entregou 94 unidades habitacionais do Residencial Perobinha, zona norte de Londrina, já quase no limite com Cambé. O empreendimento teve subsídio da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), que proporcionou R$ 15 mil de entrada para famílias de renda de até três salários mínimos investirem na compra do imóvel próprio.