A estreia dos candidatos ao governo do Estado no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão aconteceu nesta sexta-feira (26). Dos nove concorrentes, apenas quatro partidos ou coligações tiveram o direito de veicular seus programas no bloco de 10 minutos destinados aos postulantes ao cargo ao Palácio Iguaçu. Neste início, o espaço foi usado para apresentação pessoal e nenhum deles trouxe propostas dos planos de governo, por enquanto.

Com uma larga vantagem por conta da coligação de 11 partidos, o candidato à reeleição Ratinho Junior (PSD) ocupou 6 minutos e 31 segundos, ou 65% do tempo reservado na propaganda política. Sem usar apresentadores nem locutores, o próprio governador narrou por mais de cinco minutos um "resumão" dos feitos dos últimos quatro anos de seu mandato. O candidato citou que mesmo com a pandemia e a estiagem prolongada o seu governo melhorou a oferta de vagas de empregos, fez obras como a engorda da orla de Matinhos (Litoral) e a segunda ponte entre Brasil e Paraguai.

O governador citou até projetos que não saíram do papel, como edital de uma futura ponte de Guaratuba (Litoral), além do programa "mais merenda" e o cartão comida boa. Ratinho Junior falou em respeito à "liberdade" e à "família", que também são motes da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas seu programa não citou o presidente. A única referência indireta ao principal adversário, o ex-governador Roberto Requião (PT), foi quando disse que seu governo teria acabado com "a velha política e o coronelismo", segundo ele.

O programa de Requião foi aberto pela atriz Guta Stresser e uma criança, além de populares fazendo pedidos ao ex-governador. Na sequencia, dentro do seu tempo de dois minutos, o petista criticou Ratinho Jr. e lembrou que sua candidatura também serve de palanque no Estado para o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Eu decidi participar dessa eleição por dois motivos: primeiro porque não há governo no Estado, o cargo está vago, e para ajudar a eleger o ex-presidente Lula". Depois, em breve resumo, o programa narrou projetos implantados nos seus três mandatos anteriores, entre eles, a ferroeste, redução de impostos para microempresários, apoio à agricultura familiar e "luz de graça para a população mais vulnerável".

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Requião aposta em horário eleitoral para encostar em Ratinho Jr.

Menos conhecidos entre os eleitores, os candidatos, Ricardo Gomyde (PDT) e Professora Angela (Psol) aproveitaram o pouco tempo para apresentarem seus currículos. O pedetista ainda também usou o espaço de 57 segundos para se mostrar como uma terceira via e criticou o atual e ex-governador, que aparecem respectivamente como e primeiro e segundo colocados nas pesquisas de intenção de voto. Apenas ambos têm mais de dois dígitos nos levantamentos já realizados, com Ratinho Jr. obtendo percentual que lhe garantiria a vitória em primeiro turno. "A paralisia de hoje ou as alternativas de ontem não resolvem os problemas de hoje nem do futuro, precisamos olhar para frente", disse Gomyde, que já foi vereador, deputado e secretário de Esportes. A candidata do Psol teve apenas 31 segundos para uma breve apresentação.

SENADO

Já na disputa ao Senado, seis dos 10 candidatos têm direito de estar no horário eleitoral gratuito, mas o espaço é inferior a 5 minutos às segundas, quartas e sextas-feiras. No sorteio, o atual senador Alvaro Dias (Podemos) foi o primeiro a aparecer. Em 1 minuto e 18 segundos, ele frisou a sua larga e longeva experiência no Senado, que teve início em 1999. Alvaro não citou seu principal adversário e ex-aliado, o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), mas numa crítica clara disse que desistir da política nesta altura seria "egoísmo, traição e ingratidão ao povo paranaense".

Já o ex-titular da Lava Jato focou no primeiro programa no seu principal mote de campanha, que é o combate à corrupção. O programa do candidato Moro, com 1 minuto e 3 segundos, citou a coragem necessária para entrar na política para combater privilégios e injustiças. Em breve aparição, o ex-ministro de jair Bolsonaro falou pouco. "Quero ser a voz forte do Paraná no Congresso, eu acredito que a política deve ser feita para mudar a vida das pessoas e não dos políticos", defendeu.

Com 55 segundos, a candidata da Federação PT e PV, Rosane Ferreira, inovou ao aparecer ao lado das suas duas suplentes, ressaltando a chapa toda feminina. Ela se apresentou como enfermeira e especialista em saúde pública e citou valores como "honestidade", ética e competência. Na sequencia a assistente social Elza Campos e a professora e sindicalista Marlei Fernandes se apresentaram.

Com apenas 28 segundos, a campanha do deputado Paulo Martins (PL) aproveitou o curto espaço para reforçar que ele é o candidato que tem o aval do presidente Bolsonaro, do mesmo partido. Outros a aparecerem e pedirem votos foram o ex-vice-governador Orlando Pessuti (MDB), Laerson Matias (Psol) e Desiree Salgado (PDT). Com 9 segundos apenas, o programa da candidata Aline Sleutjes (Pros) não foi veiculado no primeiro dia.

A propaganda eleitoral será veiculada até 29 de setembro, três dias antes da votação em primeiro turno, marcada para 2 de outubro.

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